Folha de S. Paulo


Justiça afasta diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho (SP)

Uma decisão da Justiça de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) afastou os membros da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho (333 km de São Paulo). Os bens dos diretores também foram bloqueados.

Segundo o MPT (Ministério Público do Trabalho), há suspeita de que os integrantes da direção da entidade tenham desviado dinheiro proveniente de indenizações judiciais.

Em apenas uma ação de indenização coletiva ajuizada em 1993 o grupo pode ter desviado R$ 380 mil –valor corrigido pela inflação. A quantia já foi depositada em juízo pelo sindicato, mas há indícios de apropriação indébita de outros valores.

O advogado dos envolvidos no suposto esquema não quis comentar a decisão.

Além do bloqueio dos bens, a Justiça também autorizou a quebra do sigilo bancário de 31 membros da diretoria. Entre os bens apreendidos estão carros registrados em nome de parentes e até uma moto Harley-Davidson, que está em nome da mãe de um contador.

Durante a apuração, os acusados não poderão ter acesso às suas contas bancárias, podendo sacar –por mês–, apenas, o referente a cinco salários mínimos.

A investigação do MPT é conduzida pelo promotor José Fernando Ruiz Maturana.

O sindicato foi lacrado na sexta-feira (27) e na tarde desta segunda-feira (30) o advogado Vicente Ottoboni Neto, nomeado pela Justiça, assumiu o órgão em caráter de urgência. Ele deverá administrar a entidade pelos próximos seis meses e apresentar dentro de um mês um relatório ao MPT.

A investigação teve início com a apuração de um suposto desvio de indenização coletiva aos trabalhadores de uma indústria de Cravinhos (292 km de São Paulo).

Em novembro os procuradores cumpriram um mandado de busca e apreensão no escritório do sindicato e encontraram R$ 100 mil em dinheiro. A Justiça do Trabalho de Ribeirão autorizou o bloqueio do valor.


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