Folha de S. Paulo


Obra restaurada de Odilla Mestriner não volta ao Museu do Café

Apesar de ter passado os últimos anos guardado no acervo do Marp (Museu de Arte de Ribeirão Preto), o quadro "Fundação de Ribeirão Preto" (1956), de Odilla Mestriner, foi exposto durante vários anos no Museu do Café. Mas não ficará mais no local.

Doado pela artista à prefeitura em 1956, ano do centenário da cidade, o quadro sofreu a ação do tempo e da água no local, o que provocou infiltrações.

Em uma parceria entre o Marp e o MAC (Museu de Arte Contemporânea), de São Paulo, a tela será agora restaurada gratuitamente por técnicos da USP (Universidade de São Paulo), à qual pertence o MAC, na capital.

A Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) arcará com os custos de transporte e seguro, que, segundo o secretário Alessandro Maraca, serão de cerca de R$ 7.000.

O quadro deve viajar para a capital na segunda quinzena de janeiro. Seu destino na volta é incerto.

"Só voltaria para lá [Museu do Café] se não tivesse mais infiltrações. Mas, fora isso, é uma peça que merece mais visibilidade", afirmou o secretário da Cultura.

De acordo com ele, o objetivo é colocar o quadro inicialmente em exposições itinerantes na cidade.

"O quadro ficou comprometido porque escorreu água. Mas será restaurado integralmente, sem nenhum prejuízo à tela", disse Maria Luiza Mestriner, irmã de Odilla e presidente do instituto que leva o nome da artista.

"Não queremos que ele volte ao Museu do Café. Queremos que ele vá para um prédio público com segurança e exposição permanente, com mais visibilidade", disse.

Edson Silva/Folhapress
Entrada do Museu do Café, no campus da USP de Ribeirão Preto; tela de Odilla Mestriner foi exposta durante vários anos no local
Entrada do Museu do Café, no campus da USP de Ribeirão Preto; tela de Odilla Mestriner foi exposta durante vários anos no local

MANUTENÇÃO

Outro aparelho cultural de Ribeirão Preto, o MIS (Museu da Imagem e do Som), também não está funcionando com sua capacidade plena.

O acervo, que inclui fotografias e fitas de vídeos, está desde janeiro passando por uma higienização técnica.

"São quatro profissionais trabalhando com isso", afirmou o diretor do MIS, Ewaldo Marçal Arantes.

Ele disse que, embora o acervo não esteja disponível para o público apreciar e consultar, pedidos podem ser analisados e atendidos, porém não de imediato.

De acordo com o diretor, o MIS não está fechado e mantém suas atividades por meio de parcerias com outros órgãos, exibições de filmes e exposições de fotos.

A previsão da administração é que o trabalho com o acervo do museu seja concluído até o mês de junho do ano que vem.


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