Folha de S. Paulo


Com mato alto, animais do bosque ficam 'escondidos' em Ribeirão Preto

Com medo de que o filho e o neto, de oito e quatro anos, caíssem, o operador Marcos da Silva, 44, os ajudava a se equilibrarem em uma mureta para que conseguissem ver um casal de tucanos no bosque e zoológico Fábio Barreto, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

Os meninos tinham dificuldade para ver as aves porque as jaulas estavam cobertas pelo mato em frente às grades. Mas não são só os tucanos que estão "escondidos".

Em 9 das 26 jaulas com aves no parque, o visitante tem dificuldade para encontrar os animais por causa do mato alto ou das árvores que ficam dentro das grades e que não foram podadas.

O tamanduá-bandeira também levanta a curiosidade dos visitantes. Com o mato atingindo um metro de altura em alguns pontos, muitos se perguntam se o bicho ainda está na jaula.

A assessoria de imprensa da prefeitura informou que não há nenhuma irregularidade no local e que cumpre as normativas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

"Deveriam ter aparado o mato, cortado um pouco das árvores, porque os animais estão escondidos e mal tem espaço para eles voarem", afirma Silva.

Para ele, o local deveria ser mais bem cuidado, especialmente nas férias. "É o lugar onde as crianças mais gostam de vir", comenta.

Edson Silva/Folhapress
Mato alto atrapalha a visão da jaula do tamanduá-bandeira no bosque Fábio Barreto, em Ribeirão Preto
Mato alto atrapalha a visão da jaula do tamanduá-bandeira no bosque Fábio Barreto, em Ribeirão Preto

INTERDIÇÕES

Na quarta-feira (18), além de trechos com mato alto, dois pontos do bosque estavam com interdições e sinalizados com faixas e cavaletes.

De acordo com a prefeitura, um chafariz estava interditado para manutenção, mas já foi liberado. Uma área do jardim japonês também passava por manutenção e continua fechada.

Em nota, a prefeitura informou que atende normativa do Ibama que prevê que as jaulas devem conter árvores que proporcionem sombra e ambiente adequado ao habitat natural dos animais.

O Ibama informou que as instalações devem atender às necessidades ecológicas dos animais e garantir tratamento indispensável à proteção e ao conforto dos visitantes. A normativa, segundo o órgão, não impede a poda de árvores quando preciso.


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