Folha de S. Paulo


Empresário acusado de chefiar 'máfia do asfalto' é preso pela segunda vez

A PF (Polícia Federal) de Jales (585 km de São Paulo) prendeu na tarde desta quinta-feira (12), pela segunda vez, o empresário Olívio Scamatti, de Votuporanga (521 km de SP), investigado no esquema que ficou conhecido como "máfia do asfalto".

De acordo com o Ministério Público, Scamatti é acusado de chefiar um esquema que teria desviado dinheiro em obras de pavimentação em municípios do interior de São Paulo.

Ele foi preso na casa dele, em Votuporanga, e encaminhado para a cadeia pública de Jales. Segundo a Polícia Federal, ele será transferido nesta sexta-feira (13) para um presídio da região.

O mandado de prisão preventiva foi expedido na última segunda-feira (9) pelo juiz de Fernandópolis Evandro Pelarin, porque Scamatti estaria vendendo imóveis.

De acordo com o advogado dele, Alberto Toron, "o juiz está equivocado, porque os bens que estão sendo vendidos não constam na lista de bens bloqueados pela Justiça".

Ele disse, também, que vai entrar ainda nesta quinta-feira com pedido de habeas corpus.

Para o juiz que expediu o mandado de prisão, havia uma medida cautelar impedindo a venda de qualquer bem em nome de Scamatti e da empresa dele, a Demop, com sede em Votuporanga.

"A lei diz que, quando alguém descumpre uma medida do juiz, é motivo de prisão preventiva", disse o juiz.

Olívio Scamatti foi preso em abril deste ano, quando a operação foi deflagrada. Ele permaneceu no CDP (Centro de Detenção Provisória) de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo) até 5 de novembro, quando foi libertado após um habeas corpus concedido pela Justiça Federal.

A OPERAÇÃO FRATELLI

Os promotores que investigam o suposto esquema de desvio de dinheiro em pavimentação asfáltica denominaram a operação de Fratelli porque quatro irmãos de Scamatti estariam envolvidos.

Eles foram presos e liberados.

A mulher de Scamatti, Maria Augusta Seller Scamatti, e o irmão dela, Luis Carlos Seller, também estão envolvidos nas fraudes, segundo a Promotoria. Eles também respondem em liberdade.

A operação, desenvolvida em conjunto com a Polícia Federal, encontrou supostas fraudes em mais de 680 processos de licitação em 62 cidades de São Paulo.

Os contratos somam mais de R$ 112 milhões. Políticos que teriam recebido propina também foram citados na investigação.


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