Folha de S. Paulo


Safra da laranja cai 18,2% em SP com redução de área e investimentos

A redução da área plantada e dos investimentos contribuíram para a queda de 18,2% --para 286,4 milhões de caixas-- da produção de laranja na safra 2013/2014 no Estado de São Paulo.

Segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (12) pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), a redução nos últimos dois anos foi de 52,3 mil hectares, o que corresponde a 31,1 milhões de árvores ou 9,4% dos hectares totais.

Da área, ainda de acordo com o levantamento, 26% foi convertida para a produção de grãos (milho, soja), 16% para a cana-de-açúcar e 5% para outras culturas. O restante, 53%, ainda não teve um fim agrícola, pois os citricultores aguardam laudos técnicos da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) autorizando a queima das árvores arrancadas.

Segundo o levantamento, há uma tendência de adensamento nos novos plantios com o objetivo de aumentar a produtividade por hectare e reduzir os custos de produção.

Edson Silva/Folhapress
Laranjas são selecionadas e lavadas por operários antes de ser enviadas para moagem em indústria instalada em Araraquara (SP)
Laranjas são selecionadas e lavadas por operários antes de ser enviadas para moagem em indústria instalada em Araraquara (SP)

Para Marco Antônio dos Santos, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura do Ministério da Agricultura, o ano não foi favorável para os produtores porque o preço da caixa (40,8 quilos) de laranja se manteve no mesmo patamar da safra anterior, próximo aos R$ 7.

A expectativa dele é que a diminuição da safra possa equilibrar a oferta com o mercado consumidor, após as supersafras de 2011/2012 e 2012/2013, que desestabilizaram o mercado.

"Com a redução da safra, os estoques das indústrias caem e os preços podem voltar a subir. O ideal é que a próxima safra, 2014/2015, continue com a produção inferior a 300 milhões de caixas", disse Santos.

Das 286,4 milhões de caixas de laranja, 75% destinaram-se à indústria e 18,6% para a comercialização in natura. As perdas somaram 17,8 milhões de caixa, 6,4% do total, que correspondem à produção de pomares não expressivos economicamente e as perdas relativas ao processo produtivo e colheita.


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