Estudantes da USP de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) realizaram nesta quarta-feira (16) uma manifestação em apoio aos atos promovidos em diversos campi do Estado que reivindicam eleições diretas para reitor da instituição.
O grupo argumenta que entre 120 mil membros da comunidade universitária, nem sequer 2% têm direito a voto no primeiro turno das eleições. No segundo turno, votam 0,4%, de acordo com o DCE (Diretório Central dos Estudantes).
"Além de intrinsecamente democrática, a eleição direta é o melhor método para a escolha do reitor da universidade, uma vez que está intimamente relacionada à qualidade do ensino e de seu caráter público", diz trecho de documento divulgado pelo DCE.
Segundo Vitor Barros, 23, estudante de direito e membro do DCE, os alunos querem o fim da lista tríplice. Hoje, o governador escolhe entre os três candidatos mais votados pelos colégios eleitorais, formados, principalmente, por professores titulares.
"Reivindicamos a eleição direta para reitor, com paridade entre estudantes, professores e funcionários", disse Barros.
Após o ato, o professor José Marcelino, do curso de pedagogia, deu uma aula sobre democracia.
Procurada, a USP Ribeirão informou, em nota, que no último dia 1º de outubro o conselho universitário aprovou mudanças no sistema de escolha do próximo reitor e vice-reitor na universidade.
"Deverá ser realizada uma consulta à comunidade universitária (alunos, professores e funcionários técnico-administrativos) sobre a escolha de reitor e vice-reitor, de caráter informativo, e o resultado deverá ser divulgado cinco dias antes da data da eleição", cita a nota.
Afirma ainda que as discussões sobre o tema terão continuidade em 2014. "Na primeira sessão do conselho universitário do próximo ano, será fixado um calendário de debates."
OUTRAS MANIFESTAÇÕES
Em março, os estudantes da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) já haviam questionado a nomeação do diretor Carlos Gilberto Carlotti Júnior, segundo colocado da lista tríplice. Os alunos fizeram paralisação das aulas em protesto pela escolha.
Em São Paulo, as manifestações resultaram na ocupação da reitoria, no campus Butantã, na zona oeste de São Paulo.