Folha de S. Paulo


Manifestantes e PM se confrontam em protesto por ônibus em Araraquara

Manifestantes e a Polícia Militar de Araraquara (273 km de São Paulo) entraram em confronto na noite desta segunda-feira (14) durante um protesto por melhorias no transporte público do município. Os usuários reclamam da redução do número de veículos que circulam nos horários entrepicos no bairro Maria Luiza.

O protesto começou após uma reunião com representantes da CTA (Companhia de Transportes de Araraquara), onde discutiam a redução da frota em três períodos do dia, entre 9h e 11h, 14 e 16h e 22h.

Segundo a companhia, a alteração foi feita para respeitar a hora de descanso dos motoristas. "Na reunião, nós nos comprometemos a estudar e apresentar uma proposta que atenda às necessidades dos usuários e da empresa", disse Silvio Prada, presidente da CTA.

Cerca de 50 manifestantes, segundo a Polícia Militar, bloquearam uma das ruas de acesso ao bairro e formaram uma barricada, ateando fogo em colchões, lixos e galhos de árvore. Um coquetel molotov foi arremessado contra um ônibus da empresa, mas não chegou a incendiá-lo. O Corpo de Bombeiros foi acionado no local para conter as chamas da barricada.

O protesto terminou após a chegada da Polícia Militar e a Força Tática, que utilizaram bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. Duas pessoas foram detidas, mas liberadas. A via ficou bloqueada por cerca de duas horas.

O vereador Elias Chediek Neto (PMDB), presidente da Comissão Permanente de Transportes, Habitação e Saneamento, afirmou que já foram feitas duas reuniões com a empresa para discutir a volta das linhas. No entanto, a falta de recursos impediria a resolução do problema.

"O CTA não tem como manter esses horários. A empresa depende de recursos e não tem. O governo, em todas as instâncias, federal, estadual e municipal, não injeta recursos. Se fala muito em mobilidade, mas ninguém investe no transporte público", disse.

Prada descartou inicialmente realizar a contratação de novos motoristas, por conta dos custos. No entanto, afirmou que irá apresentar uma proposta para os moradores do bairro até a próxima semana.

Na última sexta-feira (12), os moradores do bairro Maria Luiza iniciaram um protesto reivindicando o retorno das linhas de ônibus nos horários de menor circulação. Eles afirmam se sentir prejudicados com a medida adotada desde 23 de setembro.

O protesto foi pacífico e terminou após os manifestantes agendarem a reunião desta segunda-feira com o presidente da companhia.


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