Folha de S. Paulo


Plano diretor em Araraquara quer vetar comércio em áreas residenciais

Fortalecer os corredores comerciais para evitar que empresas se instalem em áreas predominantemente residenciais. Esse é o principal foco de discussão da revisão do Plano Diretor de Araraquara (273 km de São Paulo), cujo relatório final será apresentado no próximo dia 30 de outubro.

O objetivo, de acordo com a prefeitura e a Câmara, é evitar transtornos aos moradores com barulhos excessivos e o agravamento do trânsito. Para isso, busca-se interromper a proliferação de estabelecimentos comerciais e indústrias em áreas com maior número de casas.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Urbano, Alessandra de Lima, com o crescimento da cidade, empresas acabaram "invadindo" áreas residenciais, o que provocou queixas de moradores e uma demanda em relação ao tema que precisava ser resolvida.

Edson Silva/Folhapress
Carros trafegam na Alameda Paulista em Araraquara (SP)
Carros trafegam na Alameda Paulista em Araraquara (SP)

O texto do atual Plano Diretor da cidade, aprovado em 2005, limita a instalação das empresas. Ou seja, apesar de uma série de exigências, ainda é possível instalar uma atividade comercial num bairro residencial. Com a revisão do plano isso não será mais possível, de acordo com a secretária de Desenvolvimento.

"Ou a empresa vai para o corredor comercial ou para um distrito industrial. É uma mudança de postura necessária para garantir tranquilidade à população", disse Alessandra de Lima.

Ela citou como exemplos de corredores as avenidas Padre Francisco Sales Colturato (avenida 36), Francisco Vaz Filho, 7 de Setembro e Bento de Abreu, no centro da cidade, e a Presidente Vargas, Dom Carlos Carmelo e Bandeirantes, em bairros.

A vereadora Edna Martins (PT), presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Urbano Ambiental da Câmara, disse que a intenção é incentivar a instalação de comércios nesses corredores, favorecendo a criação de empregos nos bairros e a descentralização do centro.

CRÍTICAS

A associação Amigos da Fonte critica a revisão do plano alegando que houve "pouca participação popular".

Uma das principais críticas é quanto à construção de edifícios nos corredores econômicos. A prefeitura diz que isso é necessário para garantir um melhor aproveitamento dos espaços.


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