Folha de S. Paulo


Em greve, carteiros fazem passeata e reivindicações em Ribeirão Preto

No 16º dia de paralisação dos funcionários dos Correios, cerca de 50 carteiros de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) fizeram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (3) pelas ruas do centro da cidade.

Outra categoria em greve no país e na região, os bancários fecharam nesta quarta-feira (3) 186 das 391 agências do nordeste do Estado.

Eles pedem melhores condições de trabalho, entrega de cartas pela manhã, seis horas de trabalho aos atendentes, que segundo eles, realizam serviços bancários, e a permanência do convênio de saúde atual, com administração do próprio Correio.

Os funcionários também querem aumento do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 15% de reajuste real, de acordo com o diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, Rogério Ubine.

Edson Silva/Folhapress
Em greve, funcionários dos Correios fazem protesto nas ruas do centro de Ribeirão Preto
Em greve, funcionários dos Correios fazem protesto nas ruas do centro de Ribeirão Preto

Os funcionários saíram da sede dos Correios, passaram pelas ruas Américo Brasiliense, Barão do Amazonas, seguiram para a frente da prefeitura, e retornaram pela rua Duque de Caxias até a rua Saldanha Marinho. A Polícia Militar acompanhou e sinalizou o trânsito.

Os Correios de Ribeirão contam com 723 funcionários, sendo 387 carteiros. Cerca de 20% desses carteiros paralisaram suas atividades desde o último dia 18 de setembro, segundo funcionários da sede de Ribeirão.

De acordo com eles, a paralisação de 16 dias gerou atrasos de praticamente uma semana para a entrega de cartas à população.

OUTRO LADO

A direção dos Correios informou em nota que 93% dos funcionários de Ribeirão Preto trabalharam normalmente nesta quinta-feira.

Para minimizar os prejuízos causados pela paralisação parcial, a empresa informou que realiza mutirões para a entrega de cartas e encomendas em prazo menor, com funcionários deslocados de outras unidades, com pagamento de hora extra.

Com relação às reivindicações dos funcionários, a empresa informou que propôs reajuste de 8% e mais 1,73% de aumento real, além de 6,27% de reajuste nos benefícios. O assunto será julgado na terça-feira (8), pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Sobre a entrega de cartas pela manhã, os Correios informaram que já "assumiu o compromisso" de ampliar a entrega matutina.

A empresa reforçou que não é entidade bancária e, por isso, não vai aplicar jornada dos bancários aos empregados da empresa.

Sobre a reclamação da alteração do convênio de saúde, os Correios informaram que não haverá nenhum custo adicional, repasse ou mensalidade aos empregados com a mudança no sistema de saúde e que nada implicará na qualidade do serviço prestado.


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