Folha de S. Paulo


Pela 1ª vez, Itesp e Incra dividem gestão de assentamento na região de Ribeirão

O Itesp (instituto de terras de São Paulo) e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) firmaram uma parceria para administrar em conjunto o assentamento Horto Guarani, em Pradópolis (315 km de São Paulo). A decisão é inédita em um assentamento.

A parceria, segundo o diretor executivo do Itesp, Marco Pilla, facilitará a transferência de assentados entre lotes e a assistência ao moradores, além de auxiliar no plantio da cana e de outras culturas.

Os assentados pediram que a terra fique em seus nomes, mas os órgãos adiaram a discussão do assunto.

"A titulação é muito cara para a gente e para vocês", disse o superintendente regional do Incra, Wellington Diniz Monteiro, na conversa com os moradores do local.

Edson Silva/Folhapress
Agricultores do assentamento Horto Guarani, em Pradópolis
Agricultores do assentamento Horto Guarani, em Pradópolis

Agora, os agricultores familiares poderão plantar em suas terras mais de uma cultura e vendê-las nos programas governamentais.

Antes, cada família deveria escolher uma única cultura para fins comerciais, de acordo com a assentada Celina Pereira Barbosa, 50, que vive há 21 anos no local.

O assentamento foi reconhecido em 1999, sete anos após a invasão do local.

Em Pradópolis, são 213 famílias assentadas e, na vizinha Guatapará, mais 70.

Outras 26 famílias, acampadas há pelo menos cinco anos em uma reserva ambiental, terão a situação regularizada como assentados, de acordo com os dois órgãos, que farão o recadastramento dos agricultores.

O Incra informou que vai levar rede de energia às 26 famílias e estuda projetos para o abastecimento de água. A perfuração de dois poços artesianos também foi proposta durante a reunião.

Segundo o superintendente, as famílias acampadas deverão ficar no local, mesmo sendo uma reserva. "Já fizemos a compensação daquela área", disse Monteiro.


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