O diretor do consórcio Pró-Urbano, responsável pelo transporte público em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), Carlos Roberto Cherulli, afirmou que, apesar do atraso em entregar contrapartidas do contrato, a empresa vai cumprir os investimentos previstos no transporte local.
"Os investimentos vão ser feitos. Não estamos nos negando a fazer", diz Cherulli. O Pró-Urbano alega que as receitas do sistema de transporte estão abaixo do previsto no edital de concessão, o que inviabilizaria os investimentos.
O consórcio entrou na Justiça para pedir que as contrapartidas da concessão sejam revistas. "Entramos com a ação porque não teve conversa [com a prefeitura]", diz o empresário.
O contrato de concessão do transporte em Ribeirão exige cerca de R$ 23 milhões de investimentos, como a construção de estações de ônibus e a abertura de novas linhas.
Cherulli diz que a execução desses itens contratuais depende da revisão do contrato. O consórcio está em atraso, por exemplo, com a criação de três linhas de ônibus e a incorporação à frota de 13 novos veículos.
"Tem investimentos vultosos que não temos condições de fazer, financeiramente falando", afirma.
O diretor do Pró-Urbano diz que a empresa já contratou a elaboração do projeto do terminal de ônibus que será construído próximo à rodoviária, no centro da cidade.
Está prevista ainda a construção de um outro terminal, de uma estação central e de oito estações de integração nos bairros.
O superintendente da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto), William Latuf, afirmou que é "prematuro" que o consórcio alegue o desequilíbrio econômico do contrato.
Segundo o superintendente da Transerp, em menos de um ano de operação o Pró-Urbano deixou de cumprir o prazo para a entrega de 17 itens entre os investimentos exigidos.
Latuf disse ainda que a proposta apresentada pelo próprio consórcio na licitação previa prejuízo financeiro por conta dos investimentos nos nove primeiros semestres da concessão.
O Pró-Urbano começou a operar o sistema de transporte público de Ribeirão no final de novembro de 2012. O contrato de concessão tem duração de 20 anos.