Folha de S. Paulo


Advogado questiona acusação contra ex-chefe da Guarda Municipal de Barrinha

O advogado Leandro Alan Soldera, que defende o ex-comandante da não constituída Guarda Civil Municipal de Barrinha (337 km de São Paulo), William Américo Campanini, 28, disse que seu cliente nega ter atirado e matado um soldador na última segunda-feira (9).

O soldador Thiago Antônio da Silva, 26, foi morto com um tiro na cabeça na segunda em uma área rural de Barrinha.

"Se meu cliente é o principal suspeito, por que não foi preso em flagrante?", questionou o advogado.

Soldera disse querer saber se os policiais militares presentes no dia do crime prevaricaram (faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé), por terem visto quem atirou e não o prenderam, ou se não viram o autor do tiro.

Na ocasião, dois policiais militares cumpriam um mandado de busca e apreensão em uma área próxima e três guardas municipais os apoiavam, segundo a PM e os próprios guardas.

No entanto após uma confusão entre os guardas e cinco homens, entre eles Silva, um disparo foi efetuado --acertou a cabeça do soldador.

Testemunhas disseram à polícia e à Folha que foi Campanini quem atirou e que, inclusive, o ex-comandante andava armado e ameaçava as pessoas na cidade.

O ex-comandante, demitido na última terça-feira, negou a autoria do crime ao delegado responsável pelo caso, Rodrigo Pimentel Bortoletto, e ao seu advogado.

Em nota, a Polícia Militar informou que já está adotando todas as providências de polícia judiciária militar em relação ao caso e que o inquérito policial está sendo conduzido pela Polícia Civil.

Ainda conforme a PM, a conduta dos policiais está sendo apurada.

TUMULTO

A morte do soldador em Barrinha fez a cidade viver dois dias de protestos que resultaram em depredação e incêndio de prédios públicos.

A revolta de moradores assustou a população, o comércio fechou suas portas mais cedo e a maior parte dos alunos não foi às aulas. Seis pessoas foram detidas suspeitas de portarem bombas de fabricação caseira.

Por causa dos atos de vandalismo, o atendimento à população foi interrompido em algumas repartições, como na clínica odontológica da cidade.


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