Folha de S. Paulo


Ex-guarda de Barrinha diz não saber de onde partiu o tiro que matou soldador

O ex-comandante da Guarda Civil Municipal de Barrinha (337 km de São Paulo) William Américo Campanini disse em depoimento nesta quarta-feira (11) que não estava armado no dia da morte do soldador Thiago Antônio da Silva.

Ele afirmou ainda desconhecer o autor do disparo contra o jovem que originou uma série de protestos na cidade por dois dias seguidos.

Apesar do depoimento de Campanini, o delegado Rodrigo Pimentel Bortoletto indiciou o ex-comandante por suspeita de homicídio e porte ilegal de armas.

Dois ex-colegas de Campanini, os guardas Diógenes Leandro Bisco, 33, e Roberto Alves de Lima, 40, também falaram com a polícia. Eles deram depoimento à DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Sertãozinho.

Segundo o delegado Rodrigo Pimentel Bortoletto, Campanini disse que ele e os outros dois guardas foram apoiar a Polícia Militar em uma ocorrência e, quando os PMs deixaram a área para procurar uma pessoa em outro local, o grupo no qual Silva estava começou a xingar os guardas.

Ainda conforme o delegado, Campanini relatou ter sido ameaçado pelos cinco rapazes que ali estavam e, por isso, houve um início de confusão. Em relato, o ex-comandante disse que em determinado momento, houve um tiro e ele viu Silva no chão já ensanguentado.

Os outros dois guardas contaram ao delegado que discutiam com três amigos de Silva, enquanto o ex-comandante brigava com o soldador e um amigo que o acompanhava. Nesse momento houve o disparo.

"Bisco e Lima disseram que Campanini não estava no foco de visão deles quando houve o crime. Eles reforçaram que não viram de onde o tiro surgiu e que o amigo estava desarmado."

Campanini também disse não saber de onde partiu o disparo. Ele falou ainda que a PM colocou Silva no carro para ser socorrido e o veículo da Guarda Civil foi na frente, abrindo caminho.

A Polícia Militar havia informado, no entanto, que os guardas municipais não foram para o pronto-socorro.

Após ser ouvido, Campanini e os dois ex-colegas de GCM foram liberados.


Endereço da página:

Links no texto: