Folha de S. Paulo


Irajá cresce e se valoriza impulsionado pela Fiúsa em Ribeirão Preto

"Aqui no Irajá não tinha nada. Era quase zona rural. Só tinham três casas, algumas cabritas, tratores. Agora tem tudo. Tem supermercado, banco, loja de roupa, padaria, açougue. Dá para fazer de tudo aqui no bairro."

O relato é do aposentado Antonio Branquini, 77, e descreve com exatidão as transformações ocorridas no Jardim Irajá --na zona sul de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo)-- nos últimos 15 anos, com a chegada da avenida João Fiúsa em um dos limites do bairro e a consequente expansão da região.

Segundo o IBGE, a população no Irajá e de mais três bairros da região (Itamarati, Santa Cruz e Vila Matilde) cresceu 40% (para 19.010 pessoas) de 2000 a 2010, enquanto o número de moradias cresceu 66,7% (para 7.242) no mesmo período.

Entre prédios de luxo, condomínios e galerias de lojas, a pequena casa do aposentado contrasta com as transformações. Sentado, como antigamente, na calçada da rua Salvador Cosso (a meia quadra da valorizada rua do Professor), ele diz, sem cerimônia, que cansa de rejeitar propostas milionárias para a venda do imóvel.

"Não vendo por nada, por proposta alguma. Sempre vem um pessoal aqui perguntar e tal, para eles construírem um prédio, mas digo que não está à venda. Tenho amor por esse lugar, por essa casa."

Morador do bairro desde 1979, ele disse que onde hoje está a avenida João Fiúsa ficava a chácara das freiras --das ursulinas, que venderam grande parte do terreno para um condomínio de casas de luxo e instalaram ao lado o Colégio Santa Úrsula.

O único problema, para o morador, são os crimes.

Edson Silva/Folhapress
Antonio Branquini, 77, em frente à sua casa no Jardim Irajá; morador do bairro desde 1979, imóvel não está à venda
Antonio Branquini, 77, em frente à sua casa no Jardim Irajá; morador do bairro desde 1979, imóvel não está à venda

"O Jardim Irajá cresce por causa da localização, por ser próximo à João Fiúsa", diz Karina Oliveira, sócia da imobiliária LLOliveira, instalada recentemente no bairro.

Segundo ela, a procura por imóveis no bairro é maior do que em outros da cidade. "O status de morar na zona sul, a proximidade com shopping e o comércio farto são pontos positivos para a procura."

Os imóveis no bairro --casas e apartamentos-- podem custar até R$ 400 mil, segundo a corretora, e o interesse dos compradores é tanto para morar quanto para investir em locação de imóveis.

Segundo João Paulo Fortes Guimarães, da imobiliária Fortes Guimarães, a procura por imóveis no Irajá esgotou até a compra de terrenos. "A oferta está reduzida e a demanda cresce." De acordo com ele, os preços dos imóveis no bairro variam de R$ 3.500 a R$ 5.000 o m2. "Os menores valores são para prédios já antigos, que têm depreciação", disse.


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