Folha de S. Paulo


Campanhas salvam hospital filantrópico em Cajuru

A Santa Casa de Cajuru (298 km de São Paulo) vive uma situação oposta às enfrentadas por outras instituições da região de Ribeirão Preto graças às campanhas organizadas pela comunidade --leilões, almoços e bazares--, que ajudam no funcionamento do hospital.

Sem dívidas acumuladas, o faturamento dos eventos é totalmente revertido para as compras do hospital.

Foi dessa forma que todos os quartos da instituição foram equipados com frigobar, TVs e ventiladores.

De acordo com o administrador da Santa Casa, Leandro Augusto de Melo, o leilão anual rende aproximadamente R$ 350 mil à instituição de Cajuru.

Os repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) somam, em média, por mês, R$ 139 mil, além dos recursos enviados pela prefeitura.

"Não fechamos no vermelho graças aos recursos conseguidos por essas campanhas. Enquanto isso se mantiver, teremos condições de manter o atendimento no nível que prestamos", disse.

O hospital, inaugurado em 1922, tem atualmente 70 leitos, sendo 75% deles destinados a pacientes do SUS.

O restante é ocupado por pacientes provenientes de convênios. No local, são feitos apenas procedimentos de baixa e média complexidade.

Segundo Melo, o principal problemas das Santas Casas é o baixo valor pago pelo SUS nos procedimentos realizados.

"Isso precisa ser revisto porque as Santas Casas têm cada vez mais importância no sistema de saúde das cidades atualmente", disse.

O administrador afirmou que o governo do Estado não faz repasses regulares e que emendas de deputados são uma fonte de renda para reformas e compra de máquinas e equipamentos.

Edson Silva/Folhapress
Berçário da Santa Casa de Cajuru, que não acumula dívidas graças a campanhas da comunidade e a um leilão feito anualmente
Berçário da Santa Casa de Cajuru, que não acumula dívidas graças a campanhas da comunidade e a um leilão feito anualmente

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