Folha de S. Paulo


Região de Ribeirão Preto precisa de hospital e 7 núcleos para menor viciado

A região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) precisa abrir duas clínicas semelhantes a mini-hospitais e mais sete Caps (centros especializados de atendimento) para suprir a carência de locais para tratamento de crianças e adolescentes viciados em álcool e drogas.

O diagnóstico consta de um documento elaborado pelo Ministério Público, Estado, prefeituras, HC (Hospital das Clínicas) e hospitais psiquiátricos de Ribeirão e Santa Rita do Passa Quatro.

A maior urgência apontada pelo promotor Naul Felca é a das clínicas públicas, uma a ser gerida pelo HC e outra pela Prefeitura de Ribeirão.

Com funcionamento 24 horas por dia, as clínicas devem diminuir a fila de espera de casos agudos de dependência entre adolescentes.

Sem local adequado, Ribeirão hoje envia menores de idade, por ordem da Justiça, para uma comunidade terapêutica em Votorantim, cidade a 302 km de Ribeirão.

Essas duas clínicas previstas ainda não saíram do papel. Procurado, o HC não deu prazo de quando deve concluir sua clínica, que funcionará anexa ao hospital psiquiátrico Santa Teresa.

Em entrevistas anteriores, o Estado informou 2014 como prazo máximo para a inauguração do núcleo.

Promessa da prefeita Dárcy Vera (PSD) na campanha eleitoral de 2008, a clínica municipal segue indefinida.

Segundo o coordenador de Saúde Mental, Alexandre Firmo de Souza Cruz, a maior dificuldade é de verbas. O promotor pretende cobrar a prefeita sobre prazos para implantar o serviço.

CAPS

Além dos casos mais graves que precisam das duas clínicas, o diagnóstico conclui que a região necessita de mais sete núcleos para acompanhar crianças e adolescentes com dependência.

Edson Silva/Folhapress
Fachada do Caps infantil de Ribeirão Preto, o único serviço da região para crianças e adolescentes com dependência
Fachada do Caps infantil de Ribeirão Preto, o único serviço da região para crianças e adolescentes com dependência

São os Caps (Centro de Atenção Psicossocial), onde adultos e adolescentes com dependência ou doenças psiquiátricas passam por consulta médica, reuniões em grupo com psicólogos e atividades lúdicas como parte do tratamento.

Conforme o raio-X, são necessários centros de diferentes níveis: dois Caps 1 (modelo mais simples) em Pontal e Barrinha; três Caps AD, só para álcool e drogas, em Ribeirão (dois) e Jaboticabal; e dois Caps AD 3 (aberto 24 horas), em Ribeirão e Sertãozinho.

Além dos Caps, em municípios de menor porte, como Guariba e Monte Alto, é necessário que seja criado o SHR, um serviço específico em hospitais comuns (como Santas Casas) somente para fazer a triagem e internar adolescentes com vício.


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