Folha de S. Paulo


Mesmo com o pré-sal, etanol não perderá importância, diz Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (12) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) que o etanol não perderá importância com a expectativa de maior produção de gasolina com o início da exploração de petróleo com o pré-sal.

Dilma tentou tranquilizar produtores de etanol, que reclamam da falta de espaço do biocombustível na matriz energética brasileira. Ela também falou sobre investimentos para o setor e melhorias para a eficiência do sistema.

A presidente participou da inauguração da primeira etapa do alcoolduto, que vai transportar etanol de Ribeirão Preto --um dos maiores produtores de etanol-- para Paulínia (117 km de São Paulo -um dos polos de distribuição de combustíveis do país.

O empreendimento foi realizado pela Logum, joint-venture criada por diversas empresas do setor em parceria com a Petrobras. O duto tem 206 quilômetros, custou R$ 1 bilhão e contou com recursos do governo federal.

Márcia Ribeiro/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin em inauguração da 1ª etapa do etanolduto de Ribeirão Preto
A presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin em inauguração da 1ª etapa do etanolduto de Ribeirão Preto

Segundo a presidente, a reserva de Libra do pré-sal será muito importante para o país e o setor sucroenergético é pujante e intensivo em mão de obra.

"Mas não vamos reduzir nosso empenho na área do etanol. Isso atrai a atenção de investidores internacionais e não existe um carro no Brasil que não seja movido sem o componente do etanol", disse.

Dilma afirmou que o setor conta com a desoneração de PIS/Cofins e que a medida vai reduzir em R$ 0,12 o preço do combustível. "Para isso, precisamos que o Congresso Nacional aprove a MP [medida provisória] que trata desse assunto ainda neste mês [agosto]", disse a presidente.

A presidente afirmou que foram destinados R$ 5 milhões para a renovação de canaviais, por meio do programa Pró-Renova, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e que os produtores também podem contar com financiamentos para estocagem do combustível, para evitar altas nos preços durante o período da entressafra.

Ela disse ainda que a obra do etanolduto garantirá competitividade dos preços e exaltou a parceria entre a iniciativa privada e o poder público na realização do projeto.

O projeto total do etanolduto custará R$ 7 bilhões e levará o combustível das regiões produtoras até o porto de Santos. A saída será do Estado de Goiás, passando por Ribeirão Preto, até o canal de exportação.


Endereço da página: