Folha de S. Paulo


Empresário que atropelou ativista em ato no interior de SP presta depoimento

O empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37, que atropelou e matou um estudante de 18 anos durante uma manifestação em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) em 20 de junho, prestou seu primeiro depoimento à Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (25) em Severínia (419 km de São Paulo).

Azevedo está preso desde o último dia 18, quando foi encontrado em uma clínica para dependentes químicos na zona rural de Bragança Paulista. A chácara é de seu ex-advogado Edson Bezerra de Andrade.

De acordo com o advogado José Ricardo Guimarães Filho, o terceiro a assumir o caso, Azevedo disse que se lembrava de poucos detalhes do dia do atropelamento.

"Ele contou que tomou 20 comprimidos antidepressivos [remédio usado para dormir] no período da manhã daquele dia e não se sentia muito bem. Chegou até a consultar um médico por telefone."

Ao delegado que responde interinamente pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e que o ouviu em Severínia, Udelson Canova Simionato, Azevedo disse que a sua mulher dirigiu o carro até um estabelecimento comercial em que ele estava antes de se encontrar com a manifestação.

Na volta, ainda conforme o delegado, ele quis conduzir o veículo no lugar da mulher.

Segundo Guimarães Filho, Azevedo não tinha conhecimento da manifestação. Ele disse ao delegado que se assustou com as pessoas ao redor do carro e, ao dar ré e ouvir barulho de chutes na traseira do carro, acelerou. "Ele não tinha a intenção de atropelar e matar ninguém."

De acordo com o delegado, o depoimento foi feito pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público.

Divulgação/Polícia Civil
O empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, no carro da polícia
O empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, no carro da polícia

Na última sexta-feira (26), o promotor Naul Felca solicitou à polícia novos avaliações sobre o inquérito envolvendo Azevedo.

Simionato disse que o promotor pediu nova perícia do carro e questionou publicações feitas pela imprensa. "Já fiz tudo que foi pedido. Vou finalizar o processo até o início da próxima semana e reencaminhar à Promotoria", disse o delegado.

Azevedo está em prisão temporária. Um pedido de prisão preventiva ainda não foi atendido.

O advogado de defesa disse que vai analisar o processo e deve entrar com o primeiro pedido na Justiça na semana que vem.

"Já falei com a polícia que o meu cliente deveria estar [preso] perto de Ribeirão. Quero que ele esteja em Santa Rosa de Viterbo."

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