Folha de S. Paulo


Polícia indicia e pede prisão de atropelador de Ribeirão Preto

Depois de 26 dias do atropelamento que matou um estudante de 18 anos e deixou ao menos outras três pessoas feridas, a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou nesta segunda-feira (15) o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37, por cinco crimes.

O atropelamento aconteceu no último dia 20 de junho, durante uma manifestação que reuniu ao menos 25 mil pessoas pelas ruas de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Azevedo vai responder por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, lesão corporal, omissão de socorro e fuga do local de acidente.

O delegado responsável pela investigação do caso, Paulo Henrique Martins, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), também pediu a prisão preventiva do atropelador, que está foragido.

Na ocasião, o estudante Marcos Delefrate, 18, foi atropelado pelo empresário --que furou o bloqueio do protesto na esquina das avenidas José Adolfo Bianco Molina e João Fiúsa, área nobre da cidade.

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O jovem morreu no local. Outros três manifestantes se feriram.

No dia seguinte ao atropelamento, a Justiça de Ribeirão Preto já havia decretado a prisão temporária do empresário.

Durante a investigação do caso, a Polícia Civil ouviu ao menos 20 testemunhas. A irmã do atropelador, Michaela Ishisato de Azevedo, que disse ao delegado que levou Azevedo até a rodovia Anhanguera após o atropelamento, e a namorada (que o acompanhava durante a manifestação) também foram ouvidas.

A polícia não divulgou o nome da namorada do atropelador.

As duas disseram ao delegado que desconhecem o esconderijo de Azevedo. A irmã negou ter ajudado o atropelador --disse que só soube do atropelamento quando o deixou na Anhanguera.

Já a namorada disse a Martins que o empresário não teve a intenção de matar, que eles não sabiam que acontecia uma manifestação e que o empresário ficou nervoso com os gritos dos manifestantes.

De acordo com as investigações, o delegado chegou a um conclusão diferente das versões apresentadas pela irmã e namorada de Azevedo.

"Pelos depoimentos colhidos e pelas imagens do dia do acontecimento, não há dúvidas de que ele [Azevedo] teve a intenção de ir em direção aos manifestantes, assumindo o risco", disse Martins.

Procurado, o advogado Ricardo Augusto Pegolo dos Santos, que defende Azevedo, não foi encontrado para comentar a conclusão do inquérito. Segundo o delegado, o defensor não o procurou para falar sobre o caso.


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