Folha de S. Paulo


Estado confirma que estilete foi usado em mortes em prisão de Itirapina

A SAP (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) confirmou que estiletes foram utilizados na morte dos dois presos esquartejados no último domingo (14) durante rebelião.

O motim aconteceu depois que a mulher de um preso foi impedida de entrar no presídio na manhã de domingo.

Os detentos, que já reivindicavam melhor assistência médica, alimentação e mais tempo com as visitas (das 8h às 16h), decidiram iniciar o motim após o bloqueio da entrada da visita.

Flávio Roberto da Silva, 32, preso por furto, e Antônio Washington de Souza, 39, preso por roubo, foram mortos porque "estavam na mira dos outros detentos", disseram ao menos cinco mulheres de presos ouvidas pela Folha.

As visitantes disseram que, após o esquartejamento, os detentos "exibiram" o fígado e o coração dos mortos em bandejas no pátio da penitenciária.

Ainda segundo elas, a cabeça de cada um foi colocada em vasilhas e um dos corpos em um tambor. Questionada sobre os depoimentos e a violência das mortes, a SAP informou nesta terça-feira (16) que não vai se pronunciar.

Após a rebelião, que durou 21 horas, Edvan Cruz Machado, 24, preso por roubo, e Gerson de Lima Almeida, 36, preso por furto e tráfico, confessaram o crime na delegacia do município.

Edson Silva/Folhapress
Policiais deixam a penitenciária Dr. Antonio de Queiroz Filho, em Itirapina, após rebelião que terminou com dois presos mortos
Policiais deixam a penitenciária Dr. Antonio de Queiroz Filho, em Itirapina, após rebelião que terminou com dois presos mortos

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