Folha de S. Paulo


Para advogado de atropelador, polícia age com parcialidade no caso

O advogado Ricardo Augusto Nascimento Pegolo dos Santos afirmou nesta quarta-feira (26) que a Polícia Civil de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) age com parcialidade no inquérito que apura a responsabilidade de seu cliente no atropelamento que causou uma morte e deixou três feridos.

Defendido por Santos, o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37, está foragido após ter atropelado os quatro durante protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em Ribeirão na última quinta-feira (20).

Segundo Santos, o diretor do Deinter-3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) de Ribeirão Preto, João Osinski Júnior, o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) Paulo Henrique de Castro e os promotores já tratam Azevedo como único culpado do caso, mesmo antes da conclusão do inquérito e da possível denúncia do Ministério Público.

Divulgação
Alexsandro Ishisato de Azevedo no dia do atropelamento
Alexsandro Ishisato de Azevedo no dia do atropelamento

"Pelos delegados estarem presidindo o inquérito policial, eles não poderiam dar informações porque já estão subjugando os fatos. Eles já estão dando a decisão do que vão pôr no relatório do inquérito policial", disse o advogado, após analisar declarações dos integrantes da polícia à imprensa.

Segundo Santos, as declarações já passadas pelos delegados e pelo promotor mostram a parcialidade com que estão tratando o caso. "Com isso, no futuro, pode ser requerida a suspensão deles do caso", disse o advogado.

Procurado para falar sobre as acusações, Osinski disse que a versão dada pelos integrantes da polícia é "institucional" e "as imagens do atropelamento feitas falam por si só".

"Não somos nós que estamos falando, são as imagens", disse o diretor do Deinter-3.

Segundo ele, um inquérito só pode ser suspenso por motivo justificado, não sendo o caso específico levantado pelo advogado.


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