Folha de S. Paulo


Polícia vai apurar se irmã de atropelador ajudou na fuga

A Polícia Civil vai investigar a participação de parentes de Alexsandro Ishisato de Azevedo na fuga do empresário, responsável pelo atropelamento de quatro pessoas em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

"Vamos avaliar a conduta da irmã e a participação que ela teve [na fuga]", disse à Folha o delegado Paulo Henrique Martins, que apura o caso, na manhã desta terça-feira (25).

Azevedo é procurado pela polícia pelos atropelamentos durante manifestação na cidade na última quinta-feira (20). Um deles resultou na morte do estudante Marcos Delefrate, 18.

O empresário, que já teve a prisão temporária decretada, fugiu do local do protesto, a avenida João Fiúsa, sem prestar socorro.

Informações obtidas pela polícia e pela Folha com funcionários do condomínio de Azevedo apontam que a irmã transportou o empresário e a mulher dele cerca de 30 minutos depois do atropelamento.

De acordo com a Polícia Civil, a irmã do empresário foi chamada para prestar depoimentos na delegacia, mas não compareceu. Justificou a ausência e deve ser ouvida ainda nesta semana.

O delegado não divulgou os nomes da irmã e da mulher de Azevedo.

A Folha não conseguiu falar sobre o assunto com a família de Azevedo na manhã desta terça-feira.

Procurado, o advogado Ricardo Augusto Nascimento Pegolo dos Santos, que defende o empresário, disse que daria uma resposta até o fim da tarde, o que não ocorreu.

'RISCO DE LINCHAMENTO'

Martins relativizou ainda a declaração do advogado Santos, que disse nesta segunda-feira (24) que Azevedo corre risco de ser linchado caso se entregue à polícia.

Para o policial, existem vários modos para ele se apresentar. "Ele pode marcar em algum lugar, outra delegacia [por exemplo]. A gente não vai sair avisando as pessoas que ele está aqui. Não entendo essa decisão da defesa", disse Martins.

Santos afirmou que prefere que Azevedo se entregue à Justiça, não à polícia.

Segundo Martins, tanto o Fórum quanto a delegacia são patrimônios públicos e possuem funcionários públicos. "O risco é o mesmo. Na delegacia, existe ainda mais segurança."

O delegado disse ainda que as investigações continuam, mesmo sem a apresentação de Azevedo. "Se o empresário não aparecer, ele vai ser indiciado da mesma forma. O inquérito vai seguir normalmente."


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