Apesar da redução da tarifa de ônibus anunciada pela Prefeitura de Uberaba, no Triângulo Mineiro, cerca de 10 mil pessoas saíram às ruas nesta sexta-feira (21) para protestar contra o preço da passagem e a baixa qualidade no transporte público.
Na quinta-feira, a prefeitura anunciou que a partir de julho a passagem de ônibus cairá de R$ 2,90 para R$ 2,80.
Cartazes contra a corrupção e a PEC 37, que limita o poder de investigação dos promotores, também fizeram parte da manifestação.
Em ato pacífico e sem confrontos, nenhum caso de vandalismo foi observado pela Polícia Militar. Seis pessoas foram detidas por porte de bombas caseiras, pedras e pedaços de pau. Ao todo, 300 policiais acompanharam o percurso e deram suporte na interdição do trânsito em todo o trajeto.
A passeata contou com a presença de idosos, mulheres com bebês de colo e crianças. Depois da concentração no centro da cidade, os manifestantes seguiram para a porta do Centro Administrativo, sede da prefeitura, onde vaiaram o prefeito Paulo Piau (PMDB).
Piau viajou para o Rio de Janeiro e não se reuniu com integrantes do movimento. Em nota oficial, a prefeitura justificou que a agenda estava marcada previamente e disse que audiência com os organizadores será realizada na segunda-feira (24).
'MANOBRA'
O estudante Flávio Oliveira, um dos líderes do movimento, declarou que o prefeito tentou ignorar o protesto e enfraquecer as reivindicações com o anúncio de última hora sobra a revisão na tarifa.
"A Prefeitura de Uberaba não baixou um centavo. Quem abaixou o preço foi o governo federal, que tirou a cobrança de PIS e Cofins das empresas. Estamos lutando para rever a tabela de custos [apresentada pelas concessionárias]."
"Queremos um preço real, pois o trabalhador não tem como pagar R$ 2,80", diz Oliveira. O movimento defende tarifa de R$ 2,50 no município.
Por causa das reações à ausência do prefeito, houve mudança no local de encerramento para evitar tumultos na porta do Centro Administrativo. O grupo se dirigiu para praça próxima ao aeroporto, o que demandou intervenções não planejadas no trânsito. Mesmo assim, nenhum acidente foi registrado.