Folha de S. Paulo


Mudanças não alteram sentido da celebração, afirmam religiosos

As mudanças no ritual litúrgico adotadas como prevenção à gripe A (H1N1) não alteram a validade ou o sentido da celebração, dizem os religiosos.

O monsenhor José Geraldo Segantin, pároco da Catedral de Franca (400 km de São Paulo), explica que as passagens litúrgicas não foram retiradas, mas deixaram de ser representadas com gestos. "É como se eu te desejasse 'bom dia' sem te dar a mão para cumprimentar", afirma.

O ato de apertar a mão da pessoa ao lado durante a paz de Cristo torna o rito mais expressivo, admite o monsenhor, mas não é obrigatório.

Ele diz que o costume é mais comum no Brasil e em outros países da América Latina, mas raro na Europa, onde as pessoas são mais fechadas.

O padre Ednei Evaldo Batista, coordenador da pastoral da Diocese de São José dos Campos (97 km de São Paulo), afirma que os gestos adotados durante as passagens litúrgicas são opcionais. Sendo assim, a supressão deles não altera o sentido da celebração.

Ele afirma ainda que, caso haja a insistência de algum fiel para que a hóstia seja entregue na boca, o ministro da eucaristia deve insistir para que seja seguida a orientação da igreja, dada por meio de seu representante, o bispo local.

O chanceler da Diocese de Taubaté (140 km da capital), monsenhor Irineu Batista da Silva, diz que as mudanças foram recebidas de forma consciente pelos fiéis e que não alteram o essencial da liturgia.


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