Folha de S. Paulo


Alunos da Unesp fazem abaixo-assinado contra paralisação de aulas

Após alunos e professores da Faculdade de Ciências e Letras do campus da Unesp de Araraquara (273 km de São Paulo) terem sido impedidos de entrar nas salas de aula por um "cadeiraço" nesta terça-feira (14), estudantes contrários ao protesto organizaram um abaixo-assinado.

Eles pedem à instituição uma solução sobre o impedimento das aulas. Os alunos contra a paralisação, que não querem prejudicar o semestre letivo, dizem que já coletaram 450 assinaturas na tarde desta terça.

As cadeiras foram colocadas nas salas de aula desde as primeiras horas da madrugada. Os manifestantes protestam por melhorias e contra uma série de medidas adotadas e em avaliação pela instituição.

As aulas também foram suspensas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Juntas, as duas faculdades têm 3.524 estudantes, segundo a Unesp. Na unidade de odontologia e no Instituto de Química, as aulas ocorreram normalmente ontem, segundo a instituição.

Divulgação
Cadeiras colocadas em frente a salas de aula do campus de Araraquara (SP) em protesto contra expulsão de estudantes
Cadeiras colocadas em frente a salas de aula do campus de Araraquara (SP) em protesto contra expulsão de estudantes

A Unesp informou em nota que busca uma solução pacífica para resolver o problema.

O protesto deve seguir até esta quinta-feira no campus, quando uma nova reunião vai decidir sobre a realização de uma greve por tempo indeterminado. O clima por causa do movimento está tenso entre os grupos dos alunos favoráveis e contrários aos protestos realizados na instituição.

AÇÃO CONTRA EXPULSÃO

Entre as reivindicações, está a revisão da expulsão de seis alunos da moradia popular depois que uma sindicância apurou a realização de uma orgia no bloco O. A denúncia foi feita por alunos que se sentiram agredidos.

Eles também são contra a aprovação de um curso a distância que, após dois anos, permite a entrada do aluno na universidade sem vestibular. O curso consta do Pimesp, programa do governo do Estado que visa aumentar a inclusão nas universidades paulistas por meio de cotas.

Os manifestantes ainda apontam problemas na qualidade dos cursos, como a falta de professores, a precariedade do restaurante universitário e a limitação de refeições diárias, e o aumento da segurança na moradia.


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