Folha de S. Paulo


Após HC de Ribeirão vetar atendimentos, prefeitos se reúnem com ministro

Após o HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) anunciar que reduziria uma parte dos atendimentos de baixa e média complexidade prestados na região, prefeitos iniciaram uma série de protestos e, nesta quinta-feira (18), se reunirão em São Paulo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para discutir o assunto.

Nesta quarta-feira (17), três prefeitos --de Ribeirão, Guariba e Altinópolis-- se reuniram no Palácio Rio Branco, sede da Prefeitura de Ribeirão Preto, para finalizar os documentos que serão entregues a Padilha e ao secretário de Estado da Saúde, Giovani Guido Cerri.

Os prefeitos pedem informações ao ministério sobre o total de recursos repassados pela União ao Estado e qual é o valor acordado entre o governo estadual e o HC.

Para o superintendente do HC, Marcos Felipe Silva de Sá, o HC, por ser uma referência na região para serviços mais complexos, precisa deixar de realizar procedimentos mais simples, que podem ser feitos por outros hospitais de menor porte.

Cirurgias de catarata, por exemplo, podem sair do HC por ser uma operação mais simples, diz o superintendente. O hospital, dessa forma, poderia focar no atendimento de cirurgias de retina, consideradas complexas.

Outra cirurgia que as próprias prefeituras podem realizar com outros hospitais é a de hérnia, hoje também feita no prédio do HC. O que o hospital fez, segundo Sá, "foi mostrar sua capacidade de atendimento".

Ontem, a Prefeitura de Cajuru (298 km de São Paulo) divulgou que o HC recusou o recebimento de exames laboratoriais enviados pela cidade.

Edson Silva/Folhapress
O diretor do DRS, Ronaldo Capelli, fala durante reunião com prefeitos e HC
O diretor do DRS, Ronaldo Capelli, fala durante reunião com prefeitos e HC

O diretor do DRS (Departamento Regional de Saúde), Ronaldo Capelli, disse na última terça-feira (16) que o HC não foi autorizado a anunciar possíveis cortes de atendimento, porque a questão ainda está em discussão.

"Nenhum prestador de serviço pode deixar suas atividades de uma hora para outra. Ele pode dizer que está sobrecarregado, sentar e discutir."


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