Folha de S. Paulo


Polícia Civil de Ribeirão Preto apura onda de roubos a consultórios

Um homem chega sozinho a clínicas médicas de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), querendo marcar consulta para o filho. No mesmo dia, ou numa segunda visita, aproveita a sala de espera com mães e bebês e anuncia o assalto. Leva celulares, dinheiro e alianças.

A Polícia Civil da cidade está investigando uma onda de assaltos a consultórios ocorridos neste ano, principalmente em clínicas de pediatras.

Segundo o delegado Paulo Henrique de Castro, da DIG (Delegacia de investigações Gerais), há suspeita de sete consultórios vítimas do roubo, nos bairros Vila Seixas e Vila Tibério, mas o total de vítimas pode ser maior.

Secretárias de duas clínicas na Vila Seixas que foram assaltadas dizem que seriam 14 os locais já assaltados.

A Vila Seixas é um bairro de Ribeirão conhecido pela concentração de consultórios de médicos e dentistas.

A reportagem ouviu vítimas de dois consultórios e também a secretária de outra clínica que diz ter escapado do roubo, mas que recebeu a visita de um homem com as mesmas características descritas pelas vítimas dos outros assaltos.

As três funcionárias descrevem o mesmo homem como autor dos crimes: de cor parda, cerca de 1,70 metro, queixo comprido e osso da maçã do rosto pronunciado.

O modo como roubou as vítimas também se assemelha. Sempre durante o dia, apontava a arma para a funcionária da recepção e lhe pedia celular, joias e dinheiro.

Em um dos casos obrigou as cerca de dez mães na sala de espera, a maioria com bebês, a entrarem em outras salas do consultório. Nessa ação, ameaçou um médico, que lhe deu a aliança.

"Foi terrível uma pessoa apontar a arma para mim, e com a sala cheia de bebês", disse uma das secretárias, que pediu anonimato.

A polícia suspeita que não se trata de uma quadrilha e que o homem age sozinho Ainda não há pistas dele.

MUDANÇAS

Depois dos assaltos, algumas clínicas informaram que vão instalar câmeras de vídeo para reforçar a segurança. Em um dos locais assaltados, havia câmeras, cujas imagens estão em análise.

Os funcionários também estão controlando mais a entrada e saída de clientes.

Antes de abrir a porta, tentam identificar se a pessoa já é paciente. Se for um desconhecido, perguntam antes o nome, checam se na agenda há consulta marcada com aquela pessoa e se o telefone informado é verdadeiro.


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