Folha de S. Paulo


Com dívidas, prefeituras fecham as portas e suspendem serviços

Endividadas, ao menos duas prefeituras da região de Ribeirão Preto fecharam as portas para atendimento ao público. Sem dinheiro, os prefeitos de Itirapuã (420 km de São Paulo) e Rincão (291 km de São Paulo) determinaram a suspensão de diversos serviços por tempo indeterminado.

Em Itirapuã, o diretor administrativo, José do Coração, diz que o município enfrenta grave situação financeira.

"Faltam remédios, médicos. Funcionários não receberam o décimo terceiro salário integral. O vale alimentação dos servidores de novembro e dezembro não saiu. O plano de saúde foi suspenso. Há também muitas dívidas", afirma o diretor.

Ele diz ainda que há contas de energia, telefone e água com valores em atraso. O ex-prefeito Marcos Henrique Alves (PSDB) culpa a queda na arrecadação.

Márcia Ribeiro/Folhapress
Fachada da Prefeitura de Itirapuã (SP), onde parte dos serviços foi suspenso
Fachada da Prefeitura de Itirapuã (SP), onde parte dos serviços foi suspenso

Já em Rincão, o prefeito Dudu Bolito (PT) diz que também interrompeu alguns serviços no município, mantendo apenas os atendimentos na saúde e o setor administrativo, considerados por ele os mais emergenciais.

"Assumimos um dívida de longo prazo de R$ 3 milhões. A de curto prazo é de R$ 2 milhões. Há atrasos nos salários de funcionários e provavelmente vai continuar atrasando nos próximos meses."

Bolito cita, por exemplo, que também há problemas no fornecimento de vale refeição para os servidores, já que a prefeitura não pagou a empresa que fornece o benefício aos trabalhadores.

"A situação está caótica. Os médicos ameaçam parar atendimentos por falta de pagamento. Não tem remédio no pronto-socorro. A frota está sucateada. Por isso, precisamos cortar despesas para honrar os compromissos e colocar a casa em ordem."

A ex-prefeita de Rincão Therezinha Ignez Servidoni (PSDB) não foi localizada pela Folha para falar sobre a situação citada por Bolito.


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