Folha de S. Paulo


Cícero Aurélio Sinisgalli (1930-2017)

Mortes: Dr. Cícero e seus 60 mil pacientes atendidos no Jabaquara

Arquivo Pessoal
Cícero Aurélio Sinisgalli (1930-2017) ao lado dos cinco filhos
Cícero Aurélio Sinisgalli (1930-2017) ao lado dos cinco filhos

Era começo dos anos 1950, quando dr. Cícero escolheu o Jabaquara para se radicar. Recém-formado e recém-casado, achou que teria bastante pra fazer no bairro da zona sul de São Paulo, considerado periférico na época. Estava certo!

Num pequeno consultório, o jovem médico fazia de tudo: atendia de crianças a idosos, de casos graves a partos. Também consultava a domicílio e atendia uma vez por semana na igreja do bairro –de graça. A dedicação o tornou popular na região e logo ele percebeu que precisaria de mais estrutura para atender a todos.

Foi assim que, em 1958, fundou junto a outros profissionais do bairro o Hospital Nossa Senhora de Lourdes. A casa simples com 11 leitos na rua das Perobas em pouco tempo virou uma referência, e dr. Cícero chegou à marca de 60 mil pacientes. Cada um registrado em uma ficha detalhada.

Apesar de impressionante, o número não cresceu muito depois dessa época. O crescimento do local afastou dr. Cícero do consultório. Papeladas e reuniões passaram a ser sua rotina e, aos poucos, o conquistaram também. Deixou o local apenas em 2012, quando vendeu o hospital, hoje o São Luiz do Jabaquara.

"Essa mudança foi difícil. Ele vivia a 120 km/h e, de repente, pôs o pé no freio, velocidade zero. Sentiu muita falta", diz o filho Luís Augusto.

A aposentadoria, no entanto, deu lugar às viagens. Todas acabavam tendo um roteiro cultural e, quando dava, uma passadinha por Paris. Nas últimas semanas, foram três passeios. Em Ubatuba, acabou sofrendo um infarto. Morreu em decorrência dele, no último dia 25, aos 87 anos. Viúvo, deixa cinco filhos, 15 netos, sete bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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