Folha de S. Paulo


Paulo Celestino Filho (1957-2017)

Mortes: Dublou Al Pacino e vilão de 'Os Cavaleiros do Zodíaco'

Reprodução
Paulo Celestino Filho (1957-2017)
Paulo Celestino Filho (1957-2017)

Paulo Celestino Filho ficava exausto depois de dublar Al Pacino. "Ele morde o bigode, fala arranhado e tem tique", disse ao apresentador Ronnie Von em 2012.

Já Morgan Freeman era moleza: a voz grave e a fala centrada combinavam com o timbre de Paulo, que não sofria para acompanhar seus movimentos labiais.

Era um filho da arte, como diriam os italianos: o pai era humorista, a mãe, bailarina, e o tio-avô foi Vicente Celestino, cantor de sucesso na primeira metade do século 20.

Começou a carreira como ator. Estrelava principalmente peças de teatro e fez parte dos elencos de "Viva o Gordo", da Rede Globo, e "A Praça É Nossa", do SBT.

No começo dos anos 1990, as vacas ficaram magras para quem vivia dos palcos. Paulo complementava a renda fazendo pontas em dublagens do estúdio Herbert Richers e foi convidado para papeis maiores no grande concorrente, Álamo.

Apesar de ter emprestado a voz para vencedores do Oscar, seu nome ficou conhecido por causa do Cavaleiro de Câncer (também conhecido como Máscara da Morte), vilão do desenho animado "Os Cavaleiros do Zodíaco".

Recebia convites de fãs da série para comparecer a eventos temáticos, mas nunca conseguiu ir devido à agenda.

"Esse carinho vem mais da internet, que ele não costumava usar. Mas sabia que era querido e adorava", diz a mulher Vanessa Alves, também dubladora –atriz de formação, migrou para a profissão junto com ele.

Morreu em 7 de novembro, aos 59, após uma parada cardiorrespiratória. Deixa filha.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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