Folha de S. Paulo


PM investigado pela juíza Patrícia Acioli pega 79 anos de prisão no Rio

Daniel Marenco/Folhapress
NITEROI, RJ, BRASIL, 19-09-2014, 15h30: Retrato de Marly Lourival Acioli, 76, em sua residencia em Niteroi, com a foto da sua filha assassinada tres anos atras. Marly Acioli e mae da juiza Patricia Acioli, morta com 21 tiros em 2011 quando chegava em casa, apos sair do Forum de Sao Goncalo. Dos 11 policiais condenados, dois ainda constam no quadro da policia militar carioca, o tenente Daniel dos Santos Benitez e o tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, apontado como mandante do crime. A mae da juiza diz se sentir
Mãe de Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros em 2011, segura retrato da filha

A Justiça do Rio de Janeiro condenou o policial militar Alexsandro Horffamm Lopes a 79 anos de prisão por homicídio qualificado, extorsão mediante sequestro e associação criminosa pelas mortes de dois traficantes no ano de 2010.

O PM é apontado como um dos líderes do grupo formado por policiais civis e militares que foi investigado pela juíza Patrícia Acioli. Ela foi assassinada por policiais militares membros de uma milícia ilegal em 2011, mas Lopes não tem ligação com a morte dela.

Outros 13 homens, acusados de serem integrantes da quadrilha de Lopes, também foram denunciados pelos mesmos crimes.

De acordo com denúncia do Ministério Público, Lopes "organizava as ações cometidas pelo grupo". O PM esteve presente no local da execução de Diego Torres da Silva e Rafael Dias de Miranda, em julho de 2010, no bairro Jardim Catarina.

Ainda de acordo com a denúncia da Promotoria, o policial teria ordenado e explicado a outros cinco integrantes do grupo como o assassinato de Silva e de Miranda deveria ser feito.

A decisão da condenação foi proferida pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. A audiência, realizada na última terça-feira (28), foi presidida pela juíza Juliana Grillo El-Jaick, que destacou que as vítimas não tiveram recursos para se defender.

A juíza apontou na sentença que a prisão do policial se faz necessária porque, uma vez em liberdade, haveria o risco de ele fugir. A magistrada também negou o pedido para que Lopes recorresse em liberdade.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do policial. A PM não se manifestou sobre o assunto.


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