Folha de S. Paulo


Nova passarela de Congonhas, doada a Doria, deve ser reaberta em dezembro

A Prefeitura de São Paulo iniciou na madrugada deste domingo (19) uma nova etapa da reforma da passarela do aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade. Metade da estrutura metálica, com 75 metros de extensão total, foi içada e conectada à escada de concreto, que já estava pronta, no sentido bairro. O suporte para os dois elevadores, um em cada lateral, também foi instalado. Na madrugada desta segunda-feira (20), está prevista a instalação da outra metade, no sentido centro.

A obra irá substituir a construção metálica provisória que funciona há dois anos. A passagem original teve que ser demolida após sofrer a quarta colisão, que comprometeu sua sustentação.

Segundo o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Penido, a reinauguração está prevista para dezembro. Em abril, em uma entrevista à imprensa, o prefeito João Doria (PSDB) prometeu a entrega da nova passarela até o Natal. "Estamos correndo para cumprir o prazo", diz Penido.

A próxima etapa é finalizar a instalação elétrica e fazer o acabamento do piso. A construção segue projeto original elaborado pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas em 1974. Seu neto, Marco Artigas, participou da elaboração junto com a arquiteta Helena Camargo.

As obras estão sendo custeadas com doações de empresas privadas, a maioria ligada ao setor de turismo. Ao todo, segundo Penido, foram arrecadados R$ 6,7 milhões para a reforma da passarela e construção de uma praça no canteiro central da avenida onde antes funcionava um estacionamento clandestino.

Nos tapumes da obra, estão os logotipos das empresas doadoras com destaque para a "patrocinadora master", que contribuiu com a maior quantia. As demais, classificadas como patrocínio ouro, prata e bronze, aparecem em tamanhos menores. Apesar de a reforma ter sido feita com verba privada, foi instalada uma placa no canteiro avisando que se trata de uma obra da Prefeitura de São Paulo. "Foi a prefeitura quem promoveu a obra e reuniu os colaboradores. Por isso, é sim uma ação nossa", diz Penido.

Quando a passarela ficar pronta, as empresas vão poder exibir suas marcas em displays eletrônicos instalados na estrutura por até três anos. O sistema parecido ao utilizado nos relógios de rua irá mostrar imagens históricas do aeroporto e fornecer outras informações. Os ambulantes que hoje ocupam parte da estrutura provisória não poderão fazer a mesma coisa quando a nova passarela ficar pronta. "A prefeitura regional irá fazer a fiscalização", diz o secretário.

INTERDIÇÃO

Em 2015, um laudo da prefeitura mostrou que a passarela Comandante Rolim Amaro estava em "estado de iminência de ruptura brusca". A travessia recebeu então um escoramento.

Em 2014, a Folha mostrou que, depois de dez anos de discussões sobre a reforma da travessia, a prefeitura removeria a passarela. Em 2005, a gestão José Serra (PSDB) também anunciou a reforma e a adaptação da estrutura, com instalação de cobertura e elevadores. Nenhuma das duas saiu do papel.

Já em 2013, um engenheiro vistoriou a passarela a pedido da Folha e afirmou que ela "deveria ser interditada" já naquela época. Segundo ele, "além da ferrugem que compromete a estrutura e as grades, surgiu um vão entre a passarela e o pilar em frente ao aeroporto".

Vagner Landi ainda afirmou que "o movimento intenso de veículos na avenida provoca trepidação, que, aliada a rajadas de vento, podem, no limite, derrubar a estrutura".


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