Folha de S. Paulo


Iberê César Pereira Martins (1949-2017)

Mortes: Engenheiro era inventivo, sarrista e solidário com amigos

Arquivo Pessoal
Iberê César Pereira Martins (1949-2017)
Iberê César Pereira Martins (1949-2017)

As lembranças de Iberê Martins da infância no bairro paulistano do Itaim Bibi eram tão fortes que, quando a família se mudou para o Morumbi, ele ia de bicicleta até o bairro, com 12 anos, só para brincar com os amigos.

O zelo com as amizades se manteve. Na faculdade de engenharia eletrônica, chegava a colocar cerca de dez colegas no seu carro para trazer a turma da Mauá, em São Caetano do Sul, de volta à capital.

O carro velho tinha quase a mesma idade que Iberê –o que ficava ainda mais explícito quando, ao passar em buracos, o porta-luvas se abria.

Destacava-se pela inteligência. Aos novembros, já tinha notas para deixar de ir às aulas, mas fazia a viagem para ajudar os amigos nos estudos.

Seguiu carreira no ramo da informática e, engenhoso, vivia criando dispositivos: do toca-discos em um caixote de maçãs que deu de presente à mulher –e que produzia cheiro de borracha queimada– a um mecanismo que eventualmente acendia as luzes em diferentes cômodos da casa da família quando viajavam, para passar a impressão de que havia gente no local.

Piadista daqueles irônicos, dizia-se um monarquista. Nunca descobriram se era sério ou mais um sarro.

Nos últimos anos, foi trabalhar para um estaleiro em Niterói (RJ). Lá, confeccionou um móvel para a mulher, escritora, poder trabalhar.

Morreu no dia 29, aos 68, por insuficiência respiratória, após quatro anos convivendo com uma neuropatia inflamatória. Deixa companheira de cerca de 50 anos, Eliana, a mãe Iracema, os filhos Estela, Tiago, Felipe e Letícia, 9 netos e três irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes
Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: