Dona Edith tinha uma forte ligação com a fazenda, desde criança. Não era raro vê-la, já idosa em seu sítio, limpando a terra das mãos depois de voltar de uma ronda para fiscalizar suas mudas e plantas.
Era comum que trouxesse desses passeios, orgulhosa, frutas de árvores que ela mesma plantara, que apanhava de bacia para a família inteira. Gostava de ter a casa cheia, de reunir no domingo os parentes e cozinhar para eles almoços fartos. Sua bacalhoada era inesquecível.
Para quem pousava em sua casa, Edith garantia que tudo estaria nos trinques –e ela providenciava, acima de tudo, a animação. Não recusava qualquer diversão, da partida de baralho ao jogo de vôlei, mesmo com oito décadas de vida nas costas.
Nas festas, era a primeira a se levantar para dançar. Com os familiares, brincava e pregava peças –o que sempre resultava numa gargalhada inconfundível.
Nasceu em Viradouro, a 398 km de São Paulo, a quarta de sete irmãos.
Morou em casas de fazenda durante boa parte da vida, inclusive depois de se casar com o empresário Walter Ribeiro Porto –até que o casal se mudou para a cidade de Bebedouro, onde adoravam ir à sorveteria comprar o sabor de ameixa.
Foi sua companheira por quase 50 anos, até a morte dele, aos 77, em 2000.
Suportou em vida a perda de dois filhos, Walter e Silvia.
Morreu no último dia 13, aos 93. Será lembrada pelos nove netos pelas marchinhas que cantarolava para eles, dançando com os braços. Deixa também as filhas Ana, Isabel e Rita, e seis bisnetos.
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