Folha de S. Paulo


Polícia paulista prende suspeito de assaltar e estuprar mulher no Jardins

Reprodução/Video
Imagem de câmera de segurança flagra falso policial abordando mulher na saída do estacionamento da Casa Santa Luzia, no Jardins
Imagem de câmera de segurança flagra falso policial abordando mulher na saída de estacionamento

A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (11) o homem suspeito de usar um distintivo falso para assaltar e estuprar uma mulher na saída de um supermercado no Jardins, região nobre de São Paulo, no último dia 6. O suspeito está em prisão temporária na carceragem da 1ª Delegacia da Mulher, responsável pela investigação.

O homem foi identificado como o suplente de vereador Adson Muniz Santos (PRB), 32, da cidade baiana de Jussiape. De acordo com a delegada Christine Nascimento Guedes Costa, da 1ª Delegacia da Mulher, sete vítimas o reconheceram. Elas teriam sofrido ataques semelhantes ao da vítima do último dia 6. "É um predador sexual sem sombra de dúvidas", diz a delegada.

Ele é acusado também de ter estuprado uma mulher no último dia 2 em um quarto de hotel na rua da Consolação, na região central. Segundo a polícia, a vítima foi abordada por ele há cerca de dois meses no aeroporto de Congonhas, quando ele se apresentou como produtor de um programa de TV e a convidou para participar da atração. O encontro no hotel foi marcado para uma sessão de fotos mas, uma vez a sós com a vítima no quarto, ele se tornou agressivo e a ameaçou com uma arma para obrigá-la a manter relações sexuais.

Segundo a delegada, o suspeito não tem residência fixa em São Paulo e estaria hospedado em um hotel. Ele foi preso na manhã desta quarta-feira perto do estádio do Pacaembu. Ele deve responder por roubo, estupro e falsa identidade.

O suspeito era procurado desde o último dia 7. Um dia antes, uma mulher de 48 anos cruzava a rua Augusta após sair do estacionamento da Casa Santa Luzia, empório de luxo tradicional do bairro, quando um homem a abordou, apresentando um distintivo falso da Polícia Federal. Armado, mandou a mulher abaixar os vidros e mostrar os documentos.

Após acusá-la de quase atropelá-lo, ele percebeu as portas destrancadas e entrou no veículo. A mulher ficou cerca de três horas em poder do bandido, que a obrigou a sacar R$ 1.000 de um caixa eletrônico na rua São Caetano, no centro de São Paulo.

O criminoso mandou a vítima tirar seu sutiã e a fazer sexo oral nele, segundo registro do boletim de ocorrência. Ele também chegou a se masturbar e a ejacular no carro, de acordo com Marco Antonio de Paula Santos, delegado seccional do centro. A conduta, segundo a polícia, é considerada estupro –uma lei de 2009 ampliou a classificação desse crime, que até então abrangia essencialmente os casos com conjunção carnal.

Procurada pela Folha, a vítima preferiu não dar entrevista –foi orientada pelo advogado a não falar para não atrapalhar as investigações.

Divulgação/Policia
Adson Muniz Santos
Adson Muniz Santos, suplente de vereador de Jussiape (BA), suspeito de estupros em SP

OUTRO LADO

O advogado do suspeito, Ricardo Salomão, disse que o rapaz toma remédios controlados e que não se lembra dos ataques. "Vamos pegar o laudo médico com a família, que comprova o tratamento psiquiátrico", diz o advogado. Segundo ele, Santos ainda está "aéreo" e "não falando nada com nada".

Santos estaria em São Paulo para procurar emprego. "Um tio foi chamado para prestar depoimento na delegacia nesta terça-feira ", disse o advogado.


Endereço da página:

Links no texto: