Folha de S. Paulo


Paulo Celso Cagno (1954-2017)

Mortes: Bom de papo, paulistano fez amigos até o fim da vida

Reprodução/Facebook
Paulo Celso Cagno (1954-2017)
Paulo Celso Cagno (1954-2017)

Apesar do tamanho, Sergio era uma criança de temperamento forte –sempre se metia em alguma briga e sobrava para Paulo intervir. Esses momentos de defesa do irmão caçula talvez tenham sido os únicos em que ele não usava seu maior talento para resolver um problema: a conversa.

Para o pai, ele era o Paulo Papinho; para a turma que passava as férias em Campos do Jordão, era Paulinho Paquera, de fino trato com as meninas.

Foi justamente pela sociabilidade que Paulo Cagno foi conselheiro do Clube Paineiras, na zona oeste de São Paulo, por 16 anos. "Gostava de uma eleição e de uma reunião do conselho", diz Sergio.

Dividia as atribuições dos cargos com o seu ganha-pão, administrando uma rede de estacionamentos na avenida Tiradentes, no centro.

Como tantos outros meninos dos anos 60, foi enfeitiçado por Pelé e tornou-se santista fanático –ovelha alvinegra numa família palmeirense. Descia a serra regularmente para ver seu time jogar e foi para a Tóquio assistir o Mundial de 2011, quando o time foi derrotado pelo Barcelona.

"Meu pai nos levava para os jogos do Santos no Pacaembu e graças ao Paulo pude ver o Pelé ao vivo. Devo essa a ele também", lembra Sergio.

Apegado à família, Paulo lutava contra um câncer nos últimos tempos. Mesmo assim, continuou disposto e trabalhando. "Ele enfrentou a quimioterapia como se estivesse tomando remédio contra a gripe", diz o irmão.

Morreu no último dia 18, aos 63 anos. Deixa três irmãos, a mulher, Patrícia, os filhos, Roberta e Rodrigo, e os netos, Saphira e Yôri.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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