Folha de S. Paulo


Fabio Cavaton (1924-2017)

Mortes: Nasceu e cresceu junto com a Lapa de Baixo

Arquivo pessoal
Fabio Cavaton (1924-2017)
Fabio Cavaton (1924-2017)

Durante a infância, Fabio Cavaton caçava rãs, jogava vôlei na areia e via o pai pegar a barcaça para fazer negócios no centro comercial da região. Filho de italianos, ele foi um dos pioneiros da Lapa de Baixo, bairro da várzea do rio Tietê com fronteiras na avenida Ermano Marchetti e na linha férrea.

Não à toa, seu pai, Ricardo Cavatton, e seu avô, Henrique Ongari, dão nome a ruas das proximidades. Empreendedores, fomentaram a indústria numa área então caracterizada por charcos e ilhotas.

É impossível dissociar a vida de Cavaton da transformação do bairro. A mulher, conheceu em footings e bailes organizados pela comunidade; o emprego, conseguiu na metalúrgica do sogro, que efervescia conforme mudava a economia da região; na velhice, com a degradação do entorno, seguiu o destino de outros moradores e se mudou.

Contudo, a Pompeia, nova casa, só lhe dava o teto. Manteve as contas bancárias apenas em agências vizinhas à antiga morada. Se o carro enguiçasse, só prestava oficina que fosse da Lapa de Baixo. Aos finais de semana, passava o dia na casa de amigos que tinham ficado por lá.

Jogador de vôlei amador, era obsessivo por limpeza –tanto o carro quanto a casa sofriam intervenções constantes de um paninho.

Pechinchador por condição –tinha um medo quase patológico de se endividar–, também é lembrado como um sujeito nervoso. "Ele era bravo pra caramba. Mas era só ter uma festa que ficava alegre", diz o filho Flávio.

Morreu durante o sono no último dia 26, aos 93 anos. Deixa os filhos e cinco netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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