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Mancha de poluição do rio Tietê tem leve diminuição, aponta ONG

Ernesto Rodrigues/Folhapress
Detergente doméstico em esgoto forma espuma branca no rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus (Grande São Paulo)
Detergente doméstico em esgoto forma espuma branca no rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus

A mancha de poluição do rio Tietê recuou 7 km entre setembro de 2016 e agosto deste ano. É o que mostra um estudo divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica, aproveitando a comemoração do Dia do Tietê nesta sexta-feira (22).

De acordo com o levantamento, a extensão atual da poluição do Tietê caiu de 137 km para 130 km, de Itaquaquecetuba a Cabreúva (78 km de São Paulo), representando 22,5% dos 576 km monitorados do rio - da nascente em Salesópolis (101 km de São Paulo) até a cidade de Barra Bonita (267 km de São Paulo). O Tietê tem uma extensão total de cerca de 1.100 km e deságua no rio Paraná, na divisa com Mato Grosso do Sul.

O estudo leva em conta a análise da água coletada em 137 pontos espalhados por 40 municípios paulistas (tanto em trechos do Tietê como em afluentes do rio). A água foi considerada boa em apenas três desses pontos. Em 81 deles foi considerada regular, e em 53 estava ruim ou péssima. Em nenhum dos pontos a qualidade da água foi considerada ótima.

A redução é creditada ao aumento da água considerada boa e regular no trecho entre Salesópolis e Itaquaquecetuba.

No entanto, a mancha de poluição atual ainda é quase o dobro da registrada em 2014, quando estava restrita a um trecho de 71 km entre os municípios de Guarulhos e Pirapora do Bom Jesus, ambos na Grande São Paulo. No ano seguinte, saltou para 154,7 km, influenciada pela estiagem na época e pela diminuição no ritmo das obras de coleta e tratamento de esgoto.

O relatório aponta que a recuperação da qualidade da água do Tietê depende não só da melhoria e expansão dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto doméstico, mas também de práticas associadas a um melhor uso do solo, conservação e recuperação de cobertura florestal e modernização e aplicação de instrumentos financeiros de redução, controle de poluentes e uso sustentável da água.

"Para que possamos alcançar resultados mais expressivos na luta pela despoluição do Tietê, e de sua enorme rede de drenagem, é urgente que a gestão do saneamento ambiental ocorra de forma integrada - por todos os municípios, Estado e organizações públicas e privadas da bacia hidrográfica", aponta trecho da conclusão do estudo.


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