Folha de S. Paulo


Cristina dos Santos Nascimento (1989-2017)

Mortes: Deixou as pessoas e as cidades mais coloridas

Arquivo Pessoal
Cristina dos Santos Nascimento (1989-2017)
Cristina dos Santos Nascimento (1989-2017)

O mundo ficava mais colorido por onde Cristina dos Santos Nascimento passava. De cabelo laranja e roupas pouco discretas, ela fazia questão de colorir também pessoas, com sua maquiagem, e muros, com seus desenhos.

Nascida na pequena Piraquara, na Grande Curitiba, ela começou a arriscar nas maquiagens no setor de cosméticos da farmácia em que trabalhava na adolescência. Experimentou e deu muitas dicas, até fazer sua clientela.

Ia até a casa da mulherada antes de abrir o seu próprio ateliê. Adotou o nome artístico Wic Cris e fazia questão de convidar modelos e misses da região para mostrar seu trabalho em cursos e concursos.

Nas horas livres, levava suas cores para a cidade. Seguia a linha "free style", conta o marido, Cleomar, percorrendo as ruas com a rapaziada para grafitar. Chegava a bater na casa das pessoas para pedir permissão para colorir os muros. Às vezes, pegava o ônibus e levava sua arte a Curitiba, São Paulo e até Rio.

A maior obra-prima de Wic Cris, no entanto, era ela mesma. Estava sempre com o sorriso largo, maquiagem impecável e roupas coloridas. O cabelão laranja era uma marca registrada. Chegou a pensar em mudar várias vezes: azul, rosa, amarelo, mas não conseguia –um pouco de apego e um pouco de insistência do marido para manter o tom.

Também era fã de tatuagens, acumulando mais de 20, e de rap. Foi inclusive num show que conheceu Cleomar. Determinada, disse que ele seria seu marido e acertou.

Morreu no último dia 6, aos 28 anos, devido a complicações numa cirurgia. Deixa o marido, os pais e dois irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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