Na sacada da casa da família, em Macaé (RJ), Marcus Vinícius e o irmão contornavam cones, faziam pequenas corridas e aprimoravam os chutes. Ainda meninos, eles não entediam aquilo como treino, era uma brincadeira comandada pelo pai, o jogador de futebol e técnico Jeová Ferreira.
Nascido em Curitiba, Marcus Vinícius conviveu desde cedo com o futebol. Logo nos primeiros anos de vida, já viajava e se mudava como um jogador por conta da carreira do pai. Foi do Japão ao interior paulista, antes da família se fixar em Macaé, em 1995.
Tudinho, como era chamado por conta de seu tamanho ao nascer –cabia tudinho em uma caixa de sapato–, "treinou" com o pai durante toda a infância, além de jogar em campeonatos locais. Foi assim, em uma dessas competições que ele foi descoberto, com apenas 12 anos.
Começava assim a dura realidade do esporte. Propostas de grandes clubes, como Fluminense e São Paulo, títulos como os mundiais sub-15 e sub-17, mas também muito banco, promessas não cumpridas e lesões. A idade também virou uma preocupação com o passar dos anos.
Tudinho desanimava às vezes, mas a cada novo campeonato, a cada bom jogo, retomava os planos, sempre extrovertido, cercado de amigos –odiava ficar sozinho.
Atualmente, jogava no amador Independente, treinado por seu irmão Matheus. Ganhou o último campeonato macaense e estaria na nova edição da competição, iniciada na última semana. Mas morreu dia 1º, aos 26 anos, em um acidente de carro. Deixa os pais, dois irmãos e amigos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
-