Folha de S. Paulo


Joel Rocha Mundim (1943-2017)

Mortes: O mineiro que colocou no mapa parte do DF

Arquivo Pessoal
Joel Rocha Mundim (1943-2017)
Joel Rocha Mundim (1943-2017)

No cerrado que rodeava a recém-criada capital federal, Joel Rocha Mundim sabia dizer onde estava cada árvore, cada mina d'água naquele início dos anos 1970. Apesar de ser mineiro e novo na região, ele já estava no projeto que daria origem a cidades-satélites como Ceilândia, Guará 2 e Samambaia.

Engenheiro, Joel atuava para acomodar a enxurrada de novos moradores que chegava a Brasília e no combate às moradias irregulares que começavam a surgir. Assim, ele participou das desapropriações, dos estudos topográficos, da divisão de lotes.

Não à toa, era chamado ainda hoje de arquivo ambulante, tendo se tornado uma referência na Terracap (Agência de Desenvolvimento do DF).

Mineiro de Monte Carmelo, Joel deixou a casa dos pais fazendeiros com apenas 13 anos. Foi estudar em Uberaba e, depois, em Belo Horizonte, já sonhando em ser médico. Os planos, porém, mudaram no meio do percurso e, por influência dos primos, foi para o curso de engenharia.

Foram 52 anos trabalhando na Terracap, sua segunda mulher, como costumava dizer para a oficial, Natalice, e atuando contra a grilagem de terras no Distrito Federal.

Caseiro e um pouco tímido, Joel decidiu há dez anos realizar o sonho que herdou do pai: pilotar. Desde então, esse era seu passatempo, assim como as viagens. Com a mulher, visitou 45 países. O último passeio foi pelo Alasca, mas o mais marcante foi, com certeza, o Vietnã, recorda ela.

Morreu no último dia 5, aos 73 anos, em decorrência de complicações da diabetes. Deixa a mulher, dois filhos e a neta, Beatriz, o seu xodó.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes
Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: