Folha de S. Paulo


Contra absenteísmo, gestão Doria fará pesquisa de satisfação com servidores

Avener Prado-29.dez.2016/Folhapress
Sede da Prefeitura de SP; gestão Doria faz pesquisa com servidor para melhorar o ambiente de trabalho
Sede da Prefeitura de SP; gestão Doria faz pesquisa com servidor para melhorar o ambiente de trabalho

A gestão João Doria (PSDB) começou na quinta (17) uma pesquisa de satisfação com cerca de 125 mil servidores públicos da cidade. Até 6 de setembro, os funcionários terão acesso a formulário eletrônico com 58 afirmativas sobre condições de trabalho, relacionamento com chefes, salário, ética, gênero e raça, entre outros temas, em relação a quais terão que escolher alternativas entre "nunca acontece" e "sempre acontece", e duas questões abertas.

A ideia da Prefeitura de São Paulo é melhorar o ambiente de trabalho, atacar o alto índice de absenteísmo e aumentar a produtividade.

A pesquisa é tocada pela empresa de consultoria Great Place to Work, que não cobrará pelos serviços prestados. O valor estimado do investimento é de R$ 1,9 milhão, e a empresa receberá como contrapartida única a divulgação da marca, sem poder utilizar os dados dos servidores para qualquer outro projeto ou mesmo vendê-los.

"Queremos um raio-x representativo do clima organizacional da prefeitura e engajar as pessoas a partir disso", diz Paulo Uebel, secretário municipal de Gestão.

Dados da prefeitura apontam índice acumulado de absenteísmo de 9% até maio.

"Se a gente projetar até o final do ano, vamos bater 18%. O número aceitável de mercado é 2%. O que tem de errado na gestão? Falta de controle, falta de engajamento? É o que queremos descobrir", diz Claudio Costa, secretário executivo-adjunto de Gestão e idealizador do projeto.

"R$ 640 milhões é o custo anual do absenteísmo na prefeitura com base nesse índice de 18%. A folha de ativos mensal da prefeitura é de R$ 670 milhões. Se conseguirmos promover um bom ambiente de trabalho, evoluindo controles, vamos ganhar uma massa de servidores que vai trabalhar melhor para a população", afirma Costa.

Entre os 125.181 servidores contabilizados em maio pela prefeitura, 65% trabalham na área de Educação; 16% na Saúde; 5% em prefeituras regionais; 5% em segurança urbana; entre outras áreas menos representadas.

A secretaria de Gestão prevê retorno especialmente negativo em tópicos sobre condições materiais de trabalho e relações hierárquicas.

"O fato de não termos os melhores equipamentos e processos morosos desmotiva as pessoas", diz Uebel.

"A prefeitura ficou parada no tempo: em termos de tecnologia, processos e qualidade das condições de trabalho. Temos computadores ruins, internet que às vezes não funciona, por exemplo. São temas que teremos que atacar de maneira cirúrgica com as respostas em mãos", completa Costa.

A participação dos servidores no projeto não é obrigatória. Após 6 de setembro, os dados serão processados pela empresa de consultoria durante até quatro semanas e serão divulgados pela prefeitura entre outubro e novembro. Em seguida, a secretaria de Gestão elaborará planos de ação específicos para tratar dos problemas levantados.

Para que seja possível a implantação de projetos e a percepção de mudanças, Costa crê que a pesquisa deve ser repetida a cada três anos.


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