Folha de S. Paulo


Polícia identifica suspeitos de colocar fuzil em estátua de Michael Jackson

A UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da favela Santa Marta, em Botafogo, na zona sul carioca, conseguiu identificar suspeitos de terem pendurado um fuzil na estátua do cantor Michael Jackson, um símbolo turístico da comunidade que já foi considerada modelo da principal política de segurança pública do governo do Rio de Janeiro.

O caso repercutiu depois que uma foto do monumento, com a arma de grosso calibre pendurada no pescoço, viralizou nas redes sociais. De acordo com a coordenadoria das UPPs, policiais militares realizam nesta segunda-feira (14) uma ação na tentativa de localizar e prender os criminosos.

Ainda segundo a UPP, os suspeitos seriam traficantes da quadrilha chefiada por Marco Pollo Lima dos Santos, conhecido como Mãozinha. Alguns teriam mandados de prisão em aberto, de acordo com a CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora), órgão gestor das UPPs.

Reprodução
Estátua de Michael Jackson com um fuzil pendurado no morro Dona Marta, no Rio de Janeiro
Estátua de Michael Jackson com um fuzil pendurado no morro Santa Marta, no Rio de Janeiro

Mãozinha estava foragido da Justiça e foi preso por militares da UPP Santa Marta em 27 de julho.

Questionada pela reportagem, a CPP informou não ter condições de dizer com precisão a data em que a foto foi tirada. Mas ressaltou que a imagem foi registrada "possivelmente" no início da manhã —"horário onde há maior movimentação nas vielas"–, a fim de evitar confronto armado com policiais da UPP.

CLIPE NO MORRO

A escultura em homenagem a Michael Jackson fica no alto da favela e foi erguida como um símbolo da visita do cantor, em 1996. Na ocasião, a estrela da música pop gravou cenas do clipe da música "They don't care about us". O cineasta Spike Lee, que dirigiu a obra, afirmou à época que os produtores tiveram que pagar a traficantes para que a equipe de filmagem pudesse subir o morro.

O Santa Marta foi a primeira comunidade a receber uma UPP, em 2008, o que deu início à política de segurança pública adotada na gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e do ex-secretário José Mariano Beltrame. Ao longo dos anos, no entanto, o projeto de ocupação policial foi se deteriorando a partir de sucessivos episódios de violência.


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