Folha de S. Paulo


Geraldo Caramori (1937-2017)

Mortes: Seu Geraldo, capitão na arte de fazer sorvete em Ribeirão

Arquivo Pessoal
Geraldo Caramori (1937-2017)
Geraldo Caramori (1937-2017)

Longe da roça há mais de meio século, seu Geraldo Caramori mantinha a rotina de acordar cedo para a labuta. A plantação de batata, no entanto, não era o foco dos seus esforços, mas sim os sorvetes.

Na movimentada avenida da Saudade, em Ribeirão Preto, no interior paulista, fazia questão de coordenar cada detalhe do negócio. Não importava a experiência dos funcionários –alguns com ele há décadas– ou a disposição dos filhos, ele cuidava desde as batedeiras de preparo do sorvete até as colherzinhas de degustação dadas a quem adentrava sua loja. Era o capitão da Sorveteria do Geraldo.

Nascido na cidade de Franca, também no interior de SP, começou a trabalhar na roça criança. Arriscou cultivos diferentes, em cidades variadas, até chegar a Ribeirão e à sorveteria Oscarino. Como funcionário, ficou até aprender o ofício, e então partiu para seu próprio negócio, em 1966.

Com empréstimos e financiamentos, abriu a primeira loja na General Osório, mas logo surgiram filiais, todas com o mesmo nome: Sorveteria do Geraldo. Duas continuam funcionando ainda hoje.

Além da receita dos sorvetes, que ele nunca teve coragem de mudar, atraía as pessoas com o bom humor, sentando com os clientes, contando piada. Brincava que em sua sorveteria até inimigos políticos acabavam abraçados.

Além de conversar, os outros "esportes" praticados por Geraldo eram a pescaria e o cuidado das árvores e hortas que mantinha em casa.

Morreu enquanto dormia, na madrugada do último dia 2, aos 79, em decorrência de um infarto. Deixa a mulher, Neide, dois filhos e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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