Folha de S. Paulo


Archimedes Messina (1932-2017)

Mortes: Pai do jingle 'Sílvio Santos vem aí' e de vinhetas da Varig

Archimedes Messina estava longe de ser um músico profissional. Usava uma caixinha de fósforo para o ritmo e uma porção de lá, lá, lás pra fazer a letra, mas o resultado era certeiro: canções simples, que grudavam como chicletes e seriam lembradas por décadas.

Nascido na capital paulista, ele começou a fazer música quase por acaso, no final dos anos 1950. Já era radioator –profissão que sonhava em ter desde criança–, quando arriscou as primeiras canções para novelas que fazia na Rádio São Paulo. Em pouco tempo já tinha tomado gosto.

Foram algumas trilhas para o rádio, jingles comerciais e marchinhas de Carnaval até que Archimedes mudasse de vez para a publicidade. Foi uma decisão difícil, confessou em entrevista décadas depois, mas não se arrependeu e chegou a contabilizar mais de 200 jingles compostos.

Não estudou música, nem tocava instrumentos, mas mergulhava em pesquisas para cada um dos seus trabalhos. Toda vez que a Varig fazia um novo destino, por exemplo, lá ia Archimedes visitar o local e buscar ideias para as canções. Foi assim que cantou os passos de Cabral para apresentar Lisboa e buscou fábulas japonesas para anunciar o voo a Tóquio.

Seu trabalho mais conhecido, no entanto, é "Sílvio Santos Vem Aí" que acompanha o apresentador desde os anos 1960. O trabalho chegou a render uma disputa judicial entre os dois, encerrada com um acordo, depois de anos.

Aposentado, ainda batucou na caixinha de fósforo até o dia 31, quando morreu, aos 85, devido a um aneurisma no fígado. Deixou a mulher, Inajá, dois filhos e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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