Folha de S. Paulo


Após 6 anos, acusada de atropelar Vítor Gurman recorre para evitar júri

Arquivo pessoal
O administrador Vitor Gurman, 24. Ele foi atropelado na rua rua Natingui, na Vila Madalena, em São Paulo (SP), pela nutricionista Gabriella Guerrero Pereira, 28, que dirigia uma Land Roover. Vitor foi levado ao Hospital das Clínicas em estado grave e morreu no dia 28 de julho de 2011. A nutricionista saiu ilesa do acidente e se recusou a fazer o teste do bafômetro. (Foto: Arquivo Pessoal) *** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM ***
O administrador Vitor Gurman, 24, que morreu vítima de atropelamento na Vila Madalena em 2011

Completou seis anos neste domingo (23) o atropelamento do administrador Vítor Gurman, 24, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo –ele morreu cinco dias depois. O julgamento da acusada, a nutricionista Gabriela Guerrero, no entanto, ainda não tem data para acontecer. Isso por que ela entrou com recurso para tentar evitar o júri popular.

"Essa morosidade nesses casos de crime doloso acontece. Ela foi denunciada por dolo eventual, por ter assumido o risco de matar, a juíza de primeira instância entendeu que era mesmo doloso, mas foi interposto recurso", afirma o advogado Alexandre Venturini, contratado pela família de Gurman. "A expectativa é que, no máximo, entre oito meses e um ano aconteça o julgamento", completa ele.

A defesa de Guerrero argumenta que não houve intenção por parte dela e, por isso, ela deve responder por homicídio culposo. "Durante todo o processo, após as oitivas das testemunhas de acusação e defesa, bem como da juntada dos laudos periciais, ficou claro que o caso deve ser desclassificado para homicídio culposo. Gabriela jamais teve a intenção de praticar crime algum", afirmou José Luiz de Oliveira Lima, em nota.

Gabriella dirigia a Land Rover do namorado pela rua Natingui, quando atingiu o administrador na calçada, em 23 de julho de 2011. Segundo a denúncia do promotor Rogério Leão Zagallo, ela estava em velocidade excessiva –entre 62 e 92 km/h em uma via em que a máxima permitida é de 30 km/h– e sob efeito de álcool. Em entrevista à Folha à época, ela disse que havia bebido apenas uma margarita.

A indenização de aproximadamente R$ 1,2 milhão, imposta pela Justiça à Guerreiro e seu namorado na época, empresário Roberto de Souza Lima, também não foi paga ainda. O casal recorreu, mas o valor foi confirmado em segunda instância. Agora, Souza Lima recorre no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Venturini, porém, acredita que essa decisão saia no próximo mês.

Guerrero também chegou a ter a carteira de habilitação suspensa em maio de 2013 após o programa "CQC" exibir um vídeo em que ela aparecia dirigindo com a habilitação vencida, mas a Justiça lhe devolveu o direito de dirigir três meses depois.


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