Folha de S. Paulo


Polícia prende em SP mulher suspeita de ter cargo de chefia em facção

Divulgação
24.jul.2017 - Talitta Buzaif Martorano, 27, suspeita de ter cargo de liderança no PCC
Talitta Buzaif Martorano, 27, chamada de "primeira-dama do crime" pela Polícia

A Polícia Civil de São Paulo prendeu preventivamente, na noite de domingo (23), em Cangaíba, zona leste, a empresária Talitta Buzaif Martorano, 27, suspeita de ter cargo de chefia na facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ela era conhecida como a "primeira-dama" do crime.

Talitta era procurada desde o fim de junho, quando participou, segundo a polícia, de um "tribunal do crime", evento em que integrantes da facção sentenciam à morte ou absolvem suspeitos de terem cometido crimes dentro da comunidade em que vivem.

Segundo a polícia, Talitta colaborava em um julgamento de uma empregada doméstica, acusada de ter furtado o dinheiro da família de Talitta, quando a polícia invadiu o local. A empregada seria sentenciada à pena de morte, mas foi resgatada, disse a polícia em nota.

Na operação contra o "tribunal", a polícia prendeu dois homens e duas mulheres. Mesmo identificada pelos policiais, Talitta conseguiu fugir e, desde então, passou a ser procurada. "Tinha uma rota de fuga nos fundos da casa", afirmou em nota o delegado Carlos Alberto da Cunha, titular da 6ª Delegacia de Patrimônio.

Segundo Cunha, "informações apontaram a presença dela em uma lanchonete instalada em um hipermercado na marginal esquerda Tietê". A lanchonete é um Mc Donalds. Com as informações, a polícia abordou Talitta de forma "discreta" e a retirou do local sem tumulto.

Para inibir possível tentativa de resgate, policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo) deram apoio à operação. Segundo o delegado Cunha, Talitta é "uma peça muito importante na estrutura da organização criminosa". A prisão preventiva tem prazo de 30 dias. O policial afirmou que ela vai responder pelo crime de sequestro da doméstica e que serão apuradas as funções de Talitta na liderança do PCC.

O advogado de Talitta ainda não foi localizado pela reportagem para comentar a prisão.

Andressa Anholete/AFP

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