Folha de S. Paulo


Servidor da Fundação Casa é preso com fotos de crianças nuas, diz polícia

Divulgação/Polícia Federal
Pen drives, cds e outros equipamentos com conteúdo ilícito apreendido pela PF nesta quinta (13)
Equipamentos com conteúdo ilícito apreendidos na casa de funcionário da Fundação Casa

Um funcionário da Fundação Casa foi preso em flagrante nesta quinta-feira (13) pela Polícia Federal sob a suspeita de compartilhar pornografia infantil na internet.

As investigações da PF apontaram que o homem fez download de 98.625 arquivos com cenas de sexo explícito de crianças e adolescentes de agosto de 2016 para cá —média de 294 conteúdos baixados por dia.

A prisão fez parte de uma nova fase da operação Proteção Integral, coordenada pelo GRCC (Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos), da PF, que visa identificar e prender suspeitos de distribuir arquivos com imagens pornográficas e de abuso sexual contra menores de 18 anos. Outros dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Grande São Paulo.

Os policiais federais encontraram na casa do funcionário da Fundação Casa um computador ligado que, no momento da prisão, foi flagrado baixando e compartilhando ao mesmo tempo o conteúdo ilícito.

Segundo Rodrigo Sanfurgo, delegado titular do GRCC, o suspeito preso nesta quinta tem aproximadamente 50 anos e figura na lista das dez pessoas que mais compartilham pornografia infantil no Brasil. "Uma parceira entre as polícias do Brasil e de outros países possibilitou a identificação dele, que baixava conteúdos de ceno explícito infantil diuturnamente", afirmou.

"A prisão dele só reforça uma tese: quem pratica esse tipo de crime não tem um perfil definido. Pode ser uma pessoa casada ou solteira. Trabalham ou não. Mas uma coisa chama a atenção. São perfis que passam incólumes de qualquer suspeita", disse Sanfurgo.

Agora, a Justiça Federal paulista definirá qual será a unidade prisional para onde ele será encaminhado.

A Fundação Casa, por meio da assessoria de imprensa, lamentou a ocorrência e disse que adotará todas as providências capazes de reprimir exemplarmente o fato. A instituição informou ainda que o funcionário alvo das investigações é agente administrativo do órgão desde 2009 e trabalha na unidade de Franco da Rocha, na região metropolitana.

A Fundação disse também que já instaurou uma sindicância e se os fatos relatados pela PF se confirmarem, o servidor será demitido.

Os quase 99 mil arquivos baixados eram armazenados em pen-drives, CDs e HDs externos, que foram apreendidos e serão periciados pela PF

Com a prisão do suspeito, a PF vai investigar, a partir de agora, se além do crime de compartilhamento e armazenamento de imagens pornográficas de adolescentes na internet, o servidor teria cometido algum abuso contra os internos da unidade de Franco da Rocha.

A fundação que está sob a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) adiantou, também por nota, que o suspeito não tinha contato direto com os adolescentes. A PF não informou quem faz a defesa do suspeito.

Os investigados responderão pelos crimes de posse e compartilhamento de imagens pornográficas de crianças e adolescentes. Somadas, as penas podem chegar a dez anos de prisão.


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