Em "Seus Dois Amores", Emília Assumpção Fucci conta a história das paixões do pai. É o romance de estreia da autora, publicado em 2005 –quando ela tinha 78 anos.
Idosa? Ela diria que não. "Uma vez vi um grupo tocando blues e bossa nova, e comentei que podia chamá-los para tocar na festa de 90 anos dela", diz João, filho de Emília. "Ela disse na hora: 'Não! É coisa de velho!'", conta.
Emília formou gerações como professora de artes em Taquaritinga (SP). Aprendeu o ofício cedo, em casa, incentivada a pintar quadros desde criança pela mãe, atriz, e pelo pai, arquiteto –era ela quem desenhava seus projetos, na adolescência.
Namorou José Fucci por 15 anos, até poder se casar. O pai de Emília morreu jovem e a principal fonte de renda da família passou a ser as aulas que a menina dava, quando ainda vivia em Jaboticabal (SP), onde nasceu. Só saiu de casa quando pagou os estudos de todos os irmãos.
Com o marido, teve três filhos e formou um "casal muito cúmplice", define João, "que ajudava todo mundo". Ele se lembra que, em toda comemoração de Ano-Novo, os pais levavam para cear em casa meninos que viviam na rua.
Se passava por alguma dificuldade, dava um "chá de pouco caso ao problema", costumava dizer, e enfrentava a adversidade sem deixar que atrapalhasse sua vida.
Internada no fim de maio por consequências da diabete, morreu no dia 2, aos 90. Deixa três filhos, quatro netos e gerações de alunos.
A missa de 7º dia acontece neste domingo (9), às 10h, na igreja Matriz de São Sebastião, em Taquaritinga.
Reprodução/Facebook/@emiliaassumpcaofucci | ||
Emília Assumpção Fucci (1927-2017) |
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