Folha de S. Paulo


Cinco PMs suspeitos de apoio ao tráfico no Rio seguem foragidos

Cinco policiais militares do Rio ainda estão foragidos dentre os 96 que foram indiciados na última semana por relações com traficantes. Já são, portanto, 91 PMs presos em decorrência da megaoperação.

Nesta segunda-feira (3), mais sete policiais militares se entregaram à polícia civil carioca.

Rafael Andrade/Folhapress
Sede do 7º Batalhão da PM, no Rio, onde trabalham os policiais militares suspeitos de corrupção
Sede do 7º Batalhão da PM, no Rio, onde trabalham os policiais militares suspeitos de corrupção

A operação deflagrada na quinta (29) tem como objetivo a desarticulação de um esquema de corrupção em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Outros 22 traficantes e dois "recolhedores de propinas" também foram presos. Foram emitidos 184 mandados de prisão preventiva, 96 de PMs.

De acordo com a investigação, o esquema de propina paga por traficantes de 50 comunidades da cidade rendia cerca de R$ 1 milhão por mês aos militares.

São Gonçalo é uma das cidades mais violentas do Estado do Rio. Os policiais presos vão responder por organização criminosa e corrupção passiva. Já os supostos traficantes serão indiciados por tráfico, organização criminosa e corrupção ativa.

A operação batizada de Calabar é uma das maiores da história relativa a casos de corrupção envolvendo PMs e traficantes. No Estado do Rio, é a maior.

A investigação teve início no ano passado teve início no ano passado na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo e contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Na acusação, a Polícia Civil relata que os PMs do 7º Batalhão, o único da cidade, também sequestravam traficantes. Nas escutas anexadas na investigação, os militares cobravam R$ 10 mil pelo resgate.

Na Comunidade Salgueiro, a cidade conta com um dos maiores depósitos de drogas e armas do Comando Vermelho. Agentes envolvidos na operação afirmam que havia pagamento de propina do tráfico até dentro do batalhão. O inquérito conta com escutas de dois mil diálogos entre PMs e traficantes.


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